Foi o mais recente exemplo de uma observação de Trump sobre líderes homens-fortes — proferidos em um estilo inexpressivo — para diminuir e alimentar percepções entre seus críticos de que o presidente admira autocratas.
Trump foi perguntado durante uma entrevista ao canal Fox News, do lado de fora da Ala Oeste da Casa Branca, se ele convidaria Kim para uma visita. Os dois se encontraram no começo da semana para começar a discutir o programa nuclear de Pyongyang, uma cúpula marcada pelo que Trump disse ser uma química amigável entre eles.
Trump indicou que uma visita da Casa Branca a Kim era possível: "Ei, ele é o chefe de um país", disse Trump.
"Ele fala e seu pessoal senta em atenção. Eu quero que meu pessoal faça o mesmo", declarou Trump, apontando para a Ala Oeste.
Kim é suspeito de ter ordenado o assassinato de seu meio-irmão em fevereiro e a execução de seu tio em 2013. As investigações da ONU também relataram violações de direitos humanos, o uso de campos de prisioneiros políticos e o uso generalizado de fome como uma ferramenta para reforçar a política. fidelidade.
Trump foi mais tarde perguntado por repórteres o que ele quis dizer com a observação. "Estou brincando. Você não entende o sarcasmo", disse Trump.
A piada lembrava uma que ele fez em um jantar privado com doadores em março, quando observou que o presidente chinês, Xi Jinping, não enfrentava mais limites.
"Eu disse, 'Presidente para a vida. Isso soa bem. Talvez tenhamos que tentar'", ponderou Trump mais tarde, contando a indignação que se seguiu. "Mas estou brincando", acrescentou, reclamando da reação. "Estou brincando de ser presidente por toda a vida".
Em uma manifestação em fevereiro, ele disse que os democratas no Congresso eram traidores porque não aplaudiram seu discurso sobre o Estado da União. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse depois que ele não quis dizer isso: "O presidente estava claramente brincando com seus comentários", disse ela.
As piadas controversas de Trump atraem a atenção da mídia porque elas se alimentam de uma caricatura criada por seus oponentes, disse Chris Barron, um estrategista republicano pró-Trump.
"Eles acreditam que Trump é de alguma forma um déspota autocrático e estão esperando por qualquer palavra que preencha essa narrativa", avaliou Barron em uma entrevista.
Mas David Litt, redator de discursos do ex-presidente Barack Obama, disse que culpar o ouvinte por não entender a piada é uma maneira de evitar a responsabilidade de ir longe demais.
Há alguns tópicos em que os presidentes não devem brincar publicamente, com receio de tornar os aliados nervosos ou de encorajar os adversários, disse Litt à Agência Reuters.
"Talvez Donald Trump seja o tipo de humorista impiedoso que faz um ótimo material sobre como os ditadores são fantásticos — mas se for esse o caso, ele deve esperar até que ele se aposente como presidente para começar a quebrar essa parte específica de seu ato", concluiu Litt.