Que ameaças representa ponte da Crimeia para Ucrânia?

A construção da ponte da Crimeia pela Rússia através do estreito de Kerch criou toda uma série de graves ameaças e meios de pressão sobre a Ucrânia, afirmou na quinta-feira (20) a uma mídia russa o secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional ucraniano, Aleksandr Turchinov.
Sputnik

"Graças à ponte, a Rússia agora pode deslocar rapidamente forças militares significativas para a Crimeia para depois realizar operações ofensivas no sul da Ucrânia", disse Turchinov, citado pelo portal Lenta.ru.

Segundo Turchinov, Moscou militarizou bastante a península, em particular, aumentou a presença da Frota do Mar Negro e instalou sistemas de mísseis.

"Os sistemas de mísseis instalados na Crimeia podem atacar nossas posições na retaguarda profunda. Os sistemas de defesa antiaérea S-400 são capazes de atingir qualquer alvo aéreo na parte central da Ucrânia", detalhou.

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Entre outras ameaças que advêm da ponte, o ex-presidente interino da Ucrânia indicou a flotilha russa no mar de Azov, que foi reforçada com navios adicionais entregues às tropas fronteiriças do Serviço Federal de Segurança. Além disso, ao mar de Azov foram transferidos alguns navios da Frota do Mar Cáspio.

Assim, avaliou Turchinov, agora a Rússia pode operar nesse mar navios da classe Buyan-M equipados com mísseis de cruzeiro e um número grande de navios de desembarque.

O aumento das capacidades de desembarque no mar de Azov, segundo o político ucraniano, tornará possível para a Rússia transferir à costa ucraniana forças e meios do Distrito Militar do Sul.

Além da infraestrutura militar perto das fronteiras entre a Ucrânia e a Rússia, com a ponte já construída Moscou agora pode controlar ilegalmente as embarcações que cruzam o estreito de Kerch, assim como bloquear a qualquer momento os portos ucranianos no mar de Azov, avançou.

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Inaugurada em 15 de maio, a ponte da Crimeia através do estreito de Kerch, de 19 quilômetros de extensão, virou a mais comprida na Europa.

A Crimeia se reunificou com a Rússia em 2014 depois de um referendo no qual mais de 90% dos moradores votaram pela reunificação. No entanto, Kiev ainda considera a península como território ucraniano.

As autoridades russas ressaltaram inúmeras vezes que a reunificação ocorreu de forma legal, de acordo com as leis internacionais.

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