Analistas russos e chineses avaliaram, em entrevista à Sputnik China, a missão do chefe do Pentágono.
"Avaliando a situação atual nas relações sino-americanas, devemos reconhecer que a visita de James Mattis acontece em uma situação muito difícil. Os contatos entre os departamentos de defesa dos dois países estão próximos do ponto de congelamento", observa Andrei Karneev, do Instituto de Assuntos Asiáticos e Africanos da Universidade Estatal de Moscou.
Por sua vez, Ba Danjun, diretor do Instituto de Estudos do Nordeste Asiático da Universidade de Jilin, acredita que tanto a China como os EUA têm interesses comuns em relação à península coreana. Em particular, ambos os países olham na mesma direção quanto à sua desnuclearização.
Danjun comenta que há desentendimentos sobre o processo e os prazos de desnuclearização da península. Considerando a atuação norte-americana na arena internacional, os EUA podem cancelar as negociações a qualquer momento. E isso cria uma incerteza em relação à desnuclearização e às futuras relações sino-americanas.
"Neste contexto, é difícil para a China e os Estados Unidos encontrarem pontos em comum em diversas questões, seja a questão nuclear norte-coreana ou o problema do mar do Sul da China. Os EUA devem avaliar sobriamente o estado dessas questões. Eu penso que, durante a atual visita de Mattis à China, o assunto da desnuclearização da península coreana pode ser abordado, mas o conceito norte-americano de poder e diplomacia não contribui para resolver o problema", disse.
Provavelmente, o próprio Mattis não acredita realmente no sucesso das próximas negociações. No entanto, Washington não tem escolha. Devido aos frequentes contatos entre Xi Jinping e Kim Jong-un, fica evidente que os EUA não serão capazes de lidar com o problema da desnuclearização sem a China. Portanto, de um modo ou de outro, o acordo tem que passar pelo filtro de Pequim.