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Brasil eliminado: 'vai voltar a guerra política', lamenta torcedora

Para a decepção de um Brasil faminto de esperança, a Seleção Brasileira foi eliminada pela Bélgica na Copa do Mundo nesta sexta-feira (6). A Sputnik Brasil acompanhou as milhares de pessoas que se reuniram para ver o jogo na Praça Mauá, no Rio de Janeiro.
Sputnik

Na chegada ao local pouco antes do jogo começar, as pessoas estavam otimistas. Sorrissos, bebida e risadas dos muitos que saíam de um meio expediente no trabalho. A expectativa era grande, ainda mais com os shows programados para depois do jogo. A ideia era esticar a festa até tarde.

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Mas não demorou muito e a felicidade começou a esmaecer. O gol da Bélgica aos 12 do primeiro tempo tirou o véu de união dos torcedores. Com o clima tenso misturado com o álcool começaram a irromper confusões, e após um contra-ataque fulminante dos belgas aos 30 minutos e o segundo gol, a realidade caiu com pesada sobre o clima do lugar. Mesmo um gol do Brasil no segundo tempo não conseguiu fazer a paixão voltar.

Mãos na cabeça, olhos na tela e coração na mão. A Copa estava acabando.

Ariana Cristina Ribeiro, dona de casa de 23 anos, havia levado o filho pequeno para assistir o jogo com expectativa de ver uma vitória do Brasil.

Apaixonada por futebol, ela chegou duas horas mais cedo para garantir um bom lugar na grama, mas voltou para casa decepcionada com o time que acredita representá-la.

"É uma nação né? Acho que representa todo mundo que está aqui hoje. Todo mundo que estava aqui hoje eles estavam representando lá. Como esse povo não tem como ir para lá eles estavam representando a gente aqui", afirmou.

Ariana Cristina Ribeiro e seu filho assistiram ao jogo do Brasil contra a Bélgica na Praça Mauá, no Rio de Janeiro.

Para ela, a derrota do Brasil traz de volta a intensa disputa política ao país, e os problemas que foram ligeiramente esquecidos durante a Copa do Mundo agora voltam com tudo.

"Pararam de falar. Mas ainda, tudo que está aí, a falta de educação de saúde, ainda está ali. Botaram embaixo do tapete para botar a Copa por cima, aí agora que a Copa acabou eles vão tirar tudo de baixo do tapete. Eles estão escondendo, está tudo aí ainda. Eles só falam do futebol, mas agora vai voltar a guerra política, porque as eleições já estão aí", destacou Ariana.

José Bispo de Oliveira Filho, ex-militar, de 65 anos, disse não se sentir decepcionado com a derrota, apesar de ter acreditado que o Brasil venceria.

Apesar de estar vestido com as cores do Brasil dos pés à cabeça, José Bispo, em frente a uma viatura da polícia, afirmou que não era sobre futebol que gostaria de falar, como ex-militar.

"Eu já vi na minha frente, que eu moro aqui, carro que nem esse [apontando para a viatura da PM] os caras tendo que empurrar para andar. É uma coisa que a gente sabe que eles prestam segurança para a nossa vida e a deles, e tem hora que eles não têm nenhuma segurança", reclama, pedindo que o governador e o prefeito investissem mais nas polícias.

José Bispo de Oliveira posa ao lado da esposa em frente a uma viatura da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Eles assistiram ao jogo do Brasil contra a Bélgica meio de uma multidão no Centro da cidade.

Quem não falou sobre política foram dois alemães que foram ver o jogo na Praça. Ainda no intervalo da partida, eles torciam para o Brasil virar.

"Eu amo a festa aqui, a Praça Mauá. Eu já vi três jogos aqui, e espero que o Brasil ganhe", afirmou Wesley, estudante de Direitos Humanos.

Elogiando o clima do Rio de Janeiro, ele também afirmou que a experiência de ver um jogo de Copa do Mundo é diferente no Brasil.

Louis (à esquerda) e Wesley (à direita), são alemães e assistiram os jogos da Copa junto com a multidão no Rio de Janeiro.

"Eu gosto da experiência porque acho que os brasileiros têm mais coração", concluiu. Wesley, que fica no Brasil só até o fim da Copa do Mundo, acrescentou que queria que o Brasil ganhasse o torneio, pois ouviu falar que teria "uma festa gigante aqui", concluindo com um "vem hexa".

Para sorte do Wesley, restou aos cariocas abraçar a sexta-feira e a festa no Centro do Rio de Janeiro. O lugar virou Carnaval, e o clima de velório ficou para depois.

"Acabaram os feriados, acabou!", passou um homem lamentando enquanto fingia choro.

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