Putin após encontro com Trump: época de dura confrontação ideológica está no passado

Após o encontro a sós, os líderes da Rússia e dos EUA realizaram uma coletiva de imprensa conjunta comentando os assuntos de atualidade de interesse mútuo como os conflitos na Síria e Ucrânia, a alegada interferência russa nas eleições americanas e o acordo nuclear iraniano.
Sputnik

O líder russo discutiu com seu homólogo a questão iraniana, especialmente a saída dos EUA do acordo nuclear.

Putin expressou preocupações da Rússia com a saída dos EUA do acordo nuclear e sublinhou que a posição de Moscou permanece a mesma.

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Outro assunto internacional abordado foi o regulamento da situação na península coreana. Putin destacou, em particular, os esforços de Trump no melhoramento da situação.

"Isso se tornou possível principalmente porque à regulação [da crise norte-coreana] se uniu pessoalmente o presidente Donald Trump, construindo um diálogo dentro do espírito de cooperação e não de confrontação", frisou.

Falando da situação na Ucrânia, Putin ressaltou outra vez a importância de cumprir os acordos de Minsk, focando que Washington poderia insistir mais nisso.

"Discutimos a situação na Ucrânia. É importante cumprir os acordos de Minsk, os Estados Unidos poderiam insistir mais nisso e estimular o governo ucraniano a trabalhar [nesta direção]", afirmou.

"Interferência" russa

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Durante o discurso, o mandatário russo abordou também o tema da interferência russa nas eleições. Segundo ele, nesta questão se deve focar em fatos e não em interesses políticos temporários. "Falar sobre um conluio com Trump no contexto das eleições americanas seria um absurdo", opinou.

Na opinião de Vladimir Putin apenas o tribunal pode emitir a decisão final sobre a suposta interferência da Rússia nas eleições.

Quando ao alegado material comprometedor que a Rússia teria sobre Trump, o mandatário respondeu que nem sabia de Trump quando ele vinha para Moscou em negócios.

"Não se pode imaginar tolice maior que essa, esqueçam essa estupidez", comentou Putin.

Para Putin, o tema da intervenção russa e conluio com Trump são apenas uma "moeda de troca" no jogo entre os políticos norte-americanos.

Argumentando outra vez contra a alegada intervenção de cidadãos russos nas presidenciais americanas, o presidente lembrou que também trabalhou na inteligência e sabe como se criam dossiês.

"Eu também trabalhei nos serviços de inteligência e sei como é que se criam os dossiês respectivos."

Estatuto da Crimeia

O estatuto da península da Crimeia também foi abordado durante a coletiva conjunta dos mandatários.

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Apesar de Donald Trump continuar a achar a reunificação da Crimeia com a Rússia como ilegal, Putin ressaltou que a parte russa tem opinião diferente e para ela o assunto está fechado.

"A posição do presidente [americano Donald] Trump sobre a Crimeia é conhecida, ele continua mantendo-a, falando da ilegalidade da unificação da Crimeia à Rússia. Consideramos que realizamos um referendo em rigorosa conformidade com o direito internacional, com a Carta das Nações Unidas. Para nós, para a Rússia, o assunto está fechado", ressaltou Putin.

Assunto sírio

O líder russo acredita que Moscou tem todas as condições para cooperar com Washington na resolução da crise síria.

"No que diz respeito à Síria, a resolução da tarefa de restauração de paz e concordância nesse país poderia se tornar um modelo de trabalho conjunto exitoso. Sem dúvidas, Rússia e EUA poderiam assumir liderança nessa questão e organizar a interação para pôr fim à crise humanitária, ajudar a devolver refugiados às suas terras natais", afirmou Putin.

Respondendo à pergunta sobre a quem pertence agora a iniciativa na regulação da crise síria, o presidente Putin deu uma bola da Copa 2018 ao seu homólogo americano, acrescentando que agora é dos Estados Unidos.

"Militares russos e americanos obtiveram uma experiência útil de cooperação e coordenação, ajustaram canais de comunicação operacionais, o que permitiu evitar incidentes perigosos e confrontos imprevisíveis no campo de batalha, no ar e no solo", adicionou Putin.

Situação em torno das Colinas de Golã

Após a derrota definitiva dos terroristas na Síria, é necessário resolver o problema das Colinas de Golã, opinou o líder.

"Após a derrota definitiva dos terroristas no sudoeste da Síria […] a situação nas Colinas de Golã deverá ser estabelecida em plena correspondência com o acordo de 1974 sobre a separação das tropas israelenses e sírias", sublinhou.

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Para Putin, isso permitirá devolver a paz às Colinas de Golã, restaurar o regime de cessar-fogo entre a Síria e Israel, garantindo também a segurança de Israel.

O líder russo resumiu que as negociações com o homólogo estadunidense decorreram em um ambiente sincero, tiverem sucesso e utilidade.

Segundo ele, o ambiente de tensão não tem sentido nas relações bilaterais, pois a Guerra Fria já acabou.

"A época de dura confrontação ideológica entre os dois países está no passado, a situação no mundo mudou de modo radical", declarou Putin durante a coletiva conjunta com Trump.

Hoje em dia, Moscou e Washington estão enfrentando outros desafios, entre eles as crises regionais, o aumento de ameaças terroristas e os problemas na economia mundial, entre outros. No entanto, ele expressou a esperança que as potências possam alcançar um entendimento mútuo para resolver os problemas em conjunto.

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