Google pretende lançar versão censurada de seu mecanismo de busca na China

O Google está trabalhando com as autoridades chinesas para lançar uma versão censurada de seu mecanismo de buscas. Serão suprimidos resultados com informações sobre direitos humanos, democracia, religião e protestos.
Sputnik

A notícia foi publicada pelo The Intercept nesta quarta-feira (1), que afirma ter tido acesso a documentos internos da empresa e ter confirmado a informação com funcionários da gigante da internet.

O projeto é chamado "Dragonfly" e está em desenvolvimento desde o ano passado. O assunto já foi objeto de reunião entre o CEO do Google, Sundar Pichai, e Wang Huning, uma figura de destaque dentro do Partido Comunista da China e que costuma tratar de assuntos das relações internacionais do país.

O plano consiste em construir um aplicativo para o Android, que possivelmente terá o nome de "Maotai" ou "Lonfgei", que suprime resultados bloqueados pelo esquema de censura estatal de Pequim. Quando houver resultados omitidos, a seguinte mensagem aparecerá: "alguns resultados podem ter sido removidos devido a requisitos estatutários". 

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A censura das autoridades de Pequim na internet é conhecida como "o grande firewall da China". Sites como Facebook, Twitter e Instagram são bloqueados, além de jornais como The New York Times e Washington Post.

O Google já operou na China de 2006 a 2010, censurando seu mecanismo de buscas. A empresa do Vale do Silício encerrou suas atividades no país asiático em 2010 citando pressão das autoridades locais e tentativas de censurar a liberdade de expressão.

A visão da empresa estadunidense, contudo, parece ter mudado. 

Nos últimos anos, a classe média chinesa tem crescido. Já são mais de 750 milhões de usuários de internet. 

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