O presidente dos EUA, Donald Trump, aparentemente foi enganado pela Arábia Saudita ao acreditar que o reino seria capaz de compensar a queda prevista nas exportações de petróleo iranianas depois de as sanções dos EUA entrarem em vigor em novembro, informou a Press TV citando o chefe da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) no país.
"Parece que o presidente Trump foi feito refém pela Arábia Saudita e por alguns produtores quando eles alegaram que podem substituir os 2,5 milhões de barris por dia de exportações iranianas, encorajando-o a tomar medidas contra o Irã", disse Hossein Kazempour Ardebili.
'Erro de cálculo'
A Casa Branca disse no mês passado que o rei da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, havia prometido a Trump aumentar a produção de petróleo e que o reino tinha dois milhões de barris por dia de capacidade disponível para impulsionar a produção para compensar o declínio do fornecimento de petróleo iraniano.
No final do mês passado, um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que os países que compram petróleo iraniano devem reduzir suas importações de petróleo a zero até que Washington volte a impor sanções contra os setores bancário e petrolífero da República Islâmica.
Posteriormente, Washington recuou um pouco, com o secretário de Estado, Mike Pompeo, dizendo em julho que os Estados Unidos poderiam conceder perdão aos países que buscassem alívio das sanções que os EUA ameaçam impor.
Reviravolta iraniana
Na segunda-feira (30), o presidente norte-americano disse que estaria disposto a se encontrar com seu homólogo iraniano, Hassan Rouhani, "sem condições prévias" para discutir como melhorar as relações entre os países, mas Teerã recusou categoricamente a proposta de Trump, classificando-a como inútil e "humilhante", depois de todas as sanções impostas a Teerã.
"Sanções e pressões são exatamente o oposto de diálogo", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Bahram Qassemi, na terça-feira (31).
Em 8 de maio, o presidente Donald Trump disse que estava retirando os EUA do acordo nuclear de 2015 com Teerã e prometeu impor o "nível mais alto" de sanções aos setores energético, petroquímico e financeiro do país, apesar das objeções da Europa, assim como da Rússia e China.