Moscou e Pequim estão acumulando enormes reservas de ouro físico comprando grandes quantidades desse metal precioso. As reservas de ouro da Rússia atingiram quase 2.000 toneladas. Durante os primeiros seis meses de 2018, o Banco Central russo comprou cerca de 106 toneladas do metal precioso, aumentando a quota de ouro nas reservas internacionais até 18%.
Para o especialista em mercado do ouro, Dmitry Shpek, a decisão de aumentar suas reservas de ouro é uma jogada inteligente.
"As ações do Banco Central russo são astutas e inteligentes. Moscou se torna cada vez mais independente do dólar norte-americano", disse ele à Sputnik Alemanha.
"Por exemplo, o dinheiro pode desvalorizar-se na sequência de inflação. É uma espécie de declaração política: os que têm muitos dólares podem tornar-se um alvo para chantagem política. Por isso a Rússia, levando em conta a introdução das sanções políticas antirrussas por parte dos EUA e do Ocidente, tem todas as razões para tomar precauções e apostar no ouro", disse ele, sublinhando que, contrariamente ao dólar, o metal precioso não pode desvalorizar-se.
De acordo com o especialista, a Rússia está apostando em um ativo estável, valioso e líquido, cujo preço não depende da capacidade financeira do devedor.
"A Rússia age de modo muito racional, reduzindo a quota de dólares nas suas reservas e substituindo-os pelo ouro. A Rússia aposta no instrumento clássico de manutenção do valor no sistema de pagamentos internacionais", afirmou Shpek. Segundo ele, Moscou continua aumentando suas reservas de ouro.
O interesse da Rússia pelo ouro também tem grande relação com as perspectivas, mais do que plausíveis, de que o mundo está se aproximando de uma nova era de instabilidade e de uma nova crise global, fruto de guerras comerciais e questões geopolíticas.