Ultimamente, as relações entre os EUA e a Turquia vêm deteriorando inclusive devido ao caso do pastor Andrew Brunson, detido pelas autoridades turcas em 2016. Na quarta-feira (1), o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs sanções sobre dois ministros turcas, ao acusá-los de "sérias violações dos direitos humanos".
De acordo com Danforth, os passos que os EUA devem dar incluem a preparação a um provável fechamento de bases norte-americanas na Turquia, como o aeródromo Incirlik. No momento, essa base está sendo utilizada pelos EUA para operações contra combatentes do grupo terrorista Daesh que agem na Síria e no Iraque.
"Em um conceito mais abrangente, Washington deve começar a reanalisar sua política regional, do Iraque aos Balcãs, partindo do fato que o nível mínimo de colaboração turca já não pode ser considerado como deveria", acredita o analista.
Além disso, um fator "irritante" para os EUA é a compra pela Turquia dos sistemas russos de defesa antiaérea S-400 apesar das objeções de Washington, bem como a reaproximação entre Ancara e Moscou.
O analista destacou que a crise nas relações entre a Turquia e os EUA veio à tona em meio aos problemas na economia turca e o colapso de sua moeda nacional.
"As relações turco-americanas, bem como a economia turca estão à beira de uma crise dramática, enquanto o governo turco ameaça com respostas provocativas às sanções, a taxa de câmbio da moeda turca está diminuindo", assinalou Danforth.
De acordo com a previsão do aumento dos preços para 2018, este número corresponde agora a 13,4% contra 8,4% sugeridos anteriormente, já que para 2019 este indicador é de 9,3% contra os anteriores 6,5%.
Desde o início de 2018, a moeda turca perdeu cerca de 22% de seu valor em relação ao dólar devido às preocupações de investidores quanto à influência do presidente reeleito, Recep Tayyip Erdogan, sobre a política monetária do país e apelos do líder turco para que as taxas de juro fossem reduzidas.