Após vitória apertada na Câmara, Senado da Argentina rejeita descriminalização do aborto

A sessão no Senado argentino durou 12 horas, atravessando todo o dia. O resultado - com 38 votos contrários, 31 favoráveis, 2 abstenções - foi decidido na madrugada desta quinta-feira. Houve bate-boca e até insultos entre a vice-presidente Grabiela Michetti e os senadores de direita.
Sputnik

A derrota foi um balde de água fria em grupos feministas e ativistas pró-aborto que viram a Lei de Interrupção Voluntária da Gravidez ser aprovada com uma margem apertada na histórica sessão de 14 de junho na Câmara da Argentina.

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A resistência à proposta era firme e só se consolidou ao longo de ontem, com congressistas anteriormente indecisos anunciando voto contrário à medida, como o senador de Tucumán, José Alperovich.

A Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Livre garantiu que não sairia das ruas pelo direito à interrupção da gravidez. Porém, já reconhecendo a derrota, a líder do grupo, Nelly "Pila" Minyersky declarou no início da noite que "continuaria a fazer campanha até que [o aborto] seja lei".

"Vencemos, ganhamos um milhão e meio de jovens, e se os senadores votarem contra a lei, seremos nós a passar para a história", afirmou citada pelo jornal Pagina 12. Minyersky classificou ainda como "ilegítimo" o "poder que os senadores que se consideram mestres do nosso destino".

O projeto que garantiria o aborto seguro e legal a mulheres argentinas foi discutido no Legislativo argentino ao longo de quatro meses. Caso tivesse sido aprovado pelo Senado, a Argentina seria o quarto país a legalizar a interrupção da gravidez na América do Sul, ao lado do Uruguai, Guiana e Guiana Francesa.

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