Após o acontecido, assim que os corpos carbonizados foram recuperados, os moradores encontraram partes da bomba usada no ataque.
Imagens angustiantes compartilhadas pelo jornalista Nasser Arrabyee mostram vestígios que parecem ser da bomba aérea americana MK-82, que os EUA continuam vendendo para a Arábia Saudita.
Restos das bombas norte-americanas que mataram crianças do Iêmen no último massacre saudita e crime de guerra de 9 de agosto de 2018; Em Saada, ao norte do Iêmen
Enquanto a foto dos fragmentos ainda não foi verificada, pedaços de bombas MK-82 surgiram várias vezes em meio à operação de bombardeamento do Iêmen. A MK-82 foi manchete em 2016, quando a coalizão, liderada pela Arábia Saudita, bombardeou um salão comunitário em Sanaa durante funeral do xeique Ali al-Rawishan, matando mais de 140 pessoas e ferindo outras 525.
Apesar dos repetidos apelos de ONGs e até mesmo dos legisladores dos EUA para suspender o fornecimento de armas aos sauditas em meio ao conflito em curso, em 2016 e 2017, o Pentágono concedeu às empresas Lockheed Martin e General Dynamics contratos-chave para fornecimento das bombas.
Jornalistas iemenitas encontraram este fragmento da bomba que a Arábia Saudita deixou cair em um ônibus escolar cheio de crianças no Iêmen. É uma bomba guiada MK-82 fabricada nos EUA, que foi usada em ataques anteriores contra civis iemenitas. O código da carcaça da bomba é da Lockheed Martin
"Talvez nunca saibamos se a munição [usada] era uma que os EUA venderam para eles", disse à Vox o major do Exército, Josh Jacques, porta-voz do Comando Central dos EUA. "Não temos muitas pessoas no local."
No entanto, apesar da aparente venda de armas entre Washington e Riad, o Pentágono informou no início desta semana que seria impossível dizer de onde veio a bomba que aniquilou o ônibus escolar. Em 2016, os EUA aprovaram a venda de MK-82 para a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, França e Iraque, estendendo a lista de compradores com a entrada da Austrália e o Bahrein no ano seguinte.