Facebook anuncia remoção de 652 contas de conteúdo político ligadas à Rússia e Irã

O Facebook anunciou ter removido mais de 650 páginas, grupos e contas alegadamente ligadas a uma "rede coordenada" de compartilhamento de material político. De acordo com o site, os dados deletados seriam administrados pela Rússia e pelo Irã.
Sputnik

A rede social declarou, conforme a agência de notícias Associated Press, que não finalizou a análise do material removido. O Facebook também se recusou a detalhar como funcionava a tal rede, limitando-se a informar que notificou os governos do Reino Unido e dos Estados Unidos, além do Departamento de Tesouro dos EUA em virtude das sanções em curso contra o Irã.

"Há muita coisa que ainda não sabemos", afirmou o CEO Mark Zuckerberg em uma teleconferência, conforme citado pela AP.

A ação coordenada teria sido descoberta após quatro investigações, três contra o Irã e uma contra a Rússia. 

1 / 3
Posts de uma das páginas removidas pelo Facebook mostram uma paródia do filme "Diário de uma Paixão" (The Notebook, no original em inglês) com o presidente dos EUA, Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un. O título foi alterado para "A Bomba" (The Nuke). Ao lado, outro post faz piada sobre o Brexit, anunciando "novos selos" para comemorar a saída da UE.
2 / 3
Post de uma das páginas removidas pelo Facebook mostra o que seria um manifestante palestino que teria perdido as pernas em um confronto com militares israelenses em Gaza. A página informa em seguida que o ativista foi assassinado por Israel. Ao lado, uma montagem com a ex-primeira-dama Michelle Obama diz "Um imigrante roubou meu emprego".
3 / 3
Post de uma das páginas removidas pelo Facebook divulga suposta declaração do ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, dizendo que era chegado o momento de [o ex-secretário de Relações Exteriores do Reino Unido] Boris Johnson desafiar Theresa May pelo cargo de premiê do país. Ao lado, uma montagem mostra a rainha Elizabeth II ao lado do marido, príncipe Philip discutindo um "aumento de 6,7%" nos repasses anuais recebidos pela monarquia, financiados pelos "pobres, doentes e deficientes" de acordo com a imagem.

A remoção afetou grupos como o "Liberty Front Press", seguido por 155 mil contas e administrador de dezenas de perfis no Instagram e Facebook. De acordo com a rede social, que alega ter chegado ao Irã por meio de logs de sites, endereços IP e contas de administrador, o grupo seria ligado à mídia estatal iraniana. As primeiras contas foram criadas em 2013 e publicaram conteúdo político sobre o Oriente Médio, o Reino Unido e os EUA, embora o foco no Ocidente tenha aumentado desde o ano passado, disse o Facebook. 

Facebook derruba rede que fazia esforço 'coordenado' para influenciar eleições nos EUA
Outro caso envolveu um grupo operando fora do Irã e com 813 mil seguidores. Ele supostamente repassava conteúdo político sobre o Oriente Médio, Reino Unido e EUA. As atividades alegadamente ligadas ao Irã teriam rendido cerca de US$12 mil pagos em publicidade para a rede social.

Já no caso das acusações contra a Rússia, o Facebook disse ter derrubado um grupo que tentou influenciar as eleições na Síria e Ucrânia. Ele seria operado por agentes de inteligência militar, segundo a rede social.

"Eles estão associados ao Centro de Mídia Inside Syria, que o Atlantic Council e outras organizações identificaram como [responsável por] espalhar secretamente conteúdo pró-russo e pró-Assad. Até agora, não encontramos atividade dessas contas segmentadas para os EUA", diz a rede social.

"Estamos trabalhando em estreita colaboração com a polícia dos EUA nesta investigação", disse o Facebook em um post na sua Sala de Imprensa

Comentar