Duterte considera ficar sem smartphone por suspeitar que CIA esteja planejando matá-lo

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, está pensando em abandonar seu smartphone por temer que a CIA esteja constantemente escutando suas conversas e possa usar suas informações pessoais para eventualmente assassiná-lo.
Sputnik

"Eu sei, os EUA estão ouvindo. Tenho certeza de que é a CIA, que também vai me matar", disse Duterte na cidade filipina de Cebu na terça-feira (21), remoçando os temores de que Washington possa encomendar sua morte diante de sua política externa independente e sua disposição de obter armas de outros fornecedores globais.

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Para evitar a possível intrusão via smartphone por forças externas, que o presidente filipino disse que poderia incluir "Rússia, China, Israel e talvez a Indonésia", o líder de 73 anos está considerando voltar a usar um celular básico, que é muito mais difícil de sofrer uma intercepção ou passar por uma escuta.

Ele também relembrou um pequeno incidente, em que enviou acidentalmente uma mensagem confidencial a todos os seus contatos do Viber após clicar no botão "enviar tudo".

Duterte já há muito tempo tem medo de que a CIA possa estar em busca de vingança em meio à deterioração dos laços bilaterais com Washington. Na sexta-feira passada (17), o líder mais uma vez notou que a CIA "me queria morto".

A recusa de Washington de vender fuzis de assalto a Manila, devido a preocupações com o histórico de direitos humanos do país em meio à guerra contra as drogas, forçou o presidente filipino a buscar novos fornecedores. Manila, que há muito depende dos EUA para armas, recorreu à China e à Rússia para preencher a lacuna.

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Moscou e Manila assinaram um acordo de cooperação militar no ano passado, com a Rússia já fornecendo gratuitamente mais de 5 mil fuzis de assalto Kalashnikov às Filipinas, para ajudar a combater a insurgência islâmica. Apesar da pressão dos EUA, o governo de Duterte também está considerando a compra de barcos de patrulha, helicópteros, veículos blindados e até submarinos da Rússia.

Na terça-feira (21), o líder mais uma vez defendeu sua decisão de buscar novos fornecedores de armas, depois que o subsecretário da Defesa dos EUA para Assuntos de Segurança da Ásia e do Pacífico, Randall Schriver, pediu a Manila que pensasse "com muito cuidado" sobre as consequências da aquisição de armas russas. "Você não está apenas comprando capacidade, está investindo em um relacionamento", observou Schriver no início deste mês.

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