Os EUA desencadearam uma guerra tarifária com a China, e o Japão e a Alemanha aproveitam a oportunidade para assegurar uma maior participação no mercado de automóveis de passageiros que mais rápido cresce no mundo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, condenou a chanceler alemã, Angela Merkel, por comprar gás natural russo através do gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), e poucos dias depois, na cúpula entre Merkel e o presidente russo Vladimir Putin, foi confirmado o acordo para o oleoduto, além de um pacto para ajudar a reconstrução da Síria em cooperação com a Rússia.
Os EUA impuseram sanções econômicas contra o Irã e as empresas de seguros ocidentais deixaram de fazer seguros de transporte de petróleo daquele país. Em resposta a isso, a China decidiu usar petroleiros iranianos com seguros iranianos para suas compras de combustível desse país.
'Manifesto' alemão
No entanto, o "manifesto" de Maas por enquanto não passa das palavras, segundo escreveu o economista David P. Goldman na revista Asia Times. Segundo ele, tal ocorre porque as empresas europeias não querem testar a determinação dos EUA quando se trata das sanções contra o Irã ou a Rússia.
Oportunidade para concorrentes dos EUA
Aproveitar a crise financeira turca
A resposta europeia e chinesa à crise financeira turca, duradoura e exacerbada pelas sanções dos EUA, mostra a rapidez com que as alianças econômicas estão mudando.
Além disso, é mais que provável que a China também participe dos planos de recuperação da economia turca, enfatiza Goldman. De acordo com a mídia financeira chinesa The Asset, "a crise econômica na Turquia obriga o presidente Recep Tayyip Erdogan a buscar ajuda financeira, deixando a porta aberta para a China poder aproveitar uma oportunidade imperdível para acelerar suas ambições em relação à iniciativa de Um Cinturão, Uma Rota da Seda na região".
Segundo o economista, nada disso surpreende: o emirado paga à Turquia pela proteção política e o gigante asiático sempre considerou a Turquia como a ponta ocidental de sua cadeia logística euroasiática.
A Alemanha, em teoria, é uma aliada dos EUA, e Washington está em plena confrontação com a Turquia pela detenção de um pastor norte-americano, entre outras questões. No entanto, Berlim decidiu explorar as urgentes necessidades econômicas da Turquia para impulsionar sua própria agenda à custa de sua aliança com Washington.