A visita foi um marco e considerada previamente como sendo propensa ao sucesso. Wei Fenghe é o primeiro chefe do Departamento de Defesa chinês que visitou a Índia nos últimos seis anos. Finalmente, esta é a primeira visita do ministro da Defesa da China à Índia na sequencia da sua admissão oficial na Organização para Cooperação de Xangai (OCX). Na cúpula da OCX em Qingdao, que foi assistida pela primeira vez pelo primeiro-ministro Narendra Modi, foi dada atenção especial ao fortalecimento das medidas de confiança militar, ao desenvolvimento de relações intermilitares e à interação pela segurança conjunta.
As reuniões dos líderes da China e da Índia deram um forte impulso a negociações sobre a fronteira em nível de trabalho, disse à Sputnik China o analista Aleksei Kupriyanov.
"Agora ocorrem as negociações sino-indianas sobre a solução da questão da fronteira. Segundo relatos no início de agosto, as partes fizeram grandes progressos na resolução do problema no setor ocidental. Este é a região de Aksai Chin. São três setores de conflito no total, incluindo o central, na região de Sikkim, e o setor oriental, na região de Arunachal Pradesh. O setor oriental ainda não é mencionado nas negociações. Agora, as negociações são sobre o setor ocidental", disse.
"Segundo as conversas do lado indiano, o resultado é encorajador. Eles realizam as consultas quase diariamente, e passo a passo resolvem todos os problemas", acrescentou o analista.
Uma troca confidencial de pontos de vista sobre a fronteira, obviamente, dará um novo ímpeto aos negociadores a nível de peritos militares e diplomatas. O contato pessoal de Wei Fenghe com a homóloga indiana Nirmala Sitharaman é obviamente capaz de desempenhar um papel importante na melhoria significativa da situação na fronteira e na redução do nível de confronto. O conflito na fronteira até agora está paralisado, mas a disputa não está resolvida. No entanto, esta tarefa não foi pautada antes da visita.
Nesse sentido, observadores chamaram a atenção para o fato de que em uma reunião com o líder militar chinês, Narendra Modi não mencionou o incidente do ano passado na fronteira. Ele disse que a paz na fronteira pode ser mantida graças à flexibilidade e à maturidade que os dois países demonstram ao resolver as diferenças mútuas. O líder indiano classificou as relações com a China como um fator de estabilidade no mundo. Wei Fenghe, por sua vez, expressou a esperança de que a visita aprofunde o intercâmbio militar bilateral e a cooperação no campo da segurança fortaleça a confiança mútua e desenvolva novos laços militares no interesse da paz na fronteira.
A visita do ministro da Defesa à Índia dará a ambos os países no futuro a oportunidade de estreitar as relações militares entre eles, disse Shen Shishun, especialista do Instituto de Assuntos Internacionais da China.
Segundo ele, a disputa de fronteira sino-indiana é um problema que tem raízes históricas ao longo do tempo. Ao mesmo tempo ele acredita que é "inadmissível que algumas questões herdadas da história afetem o desenvolvimento das relações interestatais e a cooperação".
"Eu acredito que no contínuo fortalecimento da confiança mútua entre os dois países, os dois lados mostrarão sabedoria e certamente resolverão os conflitos e disputas adequadamente", concluiu.
Por sua vez, a Índia e o Japão também continuarão com manobras navais conjuntas para conduzir operações contra submarinos. Aeronaves de combate farão aterrissagens em bases aéreas dos dois países. Ao mesmo tempo, a Índia está expandindo seus laços de defesa com os EUA e a Austrália. Segundo o Pentágono, os Estados Unidos não realizam regularmente tantos exercícios militares conjuntos com nenhum país quanto com a Índia. No campo do fornecimento de alta tecnologia e equipamento militar, Washington colocou a Índia quase no mesmo nível dos membros da OTAN. Até o momento, segundo os observadores, o nível de confiança militar entre a Índia e a China é tal que Nova Deli procura se proteger contra um novo agravamento de situação, fortalecendo os laços militares com EUA, Japão e Austrália.