Gigante suíço congela US$ 5 bilhões em dinheiro russo por 'medo' das sanções dos EUA

Um dos maiores bancos da Suíça, o Credit Suisse, suspendeu 5,1 bilhões de francos (US$ 5 bilhões) em ativos ligados à Rússia, como resultado das sanções de Washington contra o país do Leste Europeu.
Sputnik

Há relatos de crescente receio entre os bancos ocidentais de represálias dos Estados Unidos por trabalharem com indivíduos e entidades russos específicos.

O banco congelou os fundos no segundo trimestre de 2018, segundo a Agência Reuters.

Em um comunicado, o Credit Suisse negou o congelamento de ativos russos, explicando que reclassificou ativos de alguns clientes russos. O banco disse também que trabalha com reguladores internacionais onde quer que faça negócios para garantir o cumprimento, incluindo sanções envolvendo a Rússia.

Novas sanções dos EUA contra a Rússia devem entrar em vigor dia 27 de agosto

"Após as recentes sanções dos EUA e as restrições regulatórias dos EUA, o Credit Suisse reclassificou certos ativos impactados de Ativos Administrados para Ativos Custodiados", diz o comunicado enviado por e-mail à RT.

"Essa reclassificação não representa um congelamento dos ativos. Além disso, os clientes não sancionados não foram afetados pela reclassificação. Nem isso resultou em qualquer perda ou provisão financeira", acrescentou.

O Credit Suisse afirma que continua altamente comprometido com a Rússia e continua monitorando os desenvolvimentos.

O Credit Suisse, com sede em Zurique, possuía aeronaves entregues pelo magnata russo Oleg Deripaska antes das sanções, e também emprestara dinheiro ao empresário Viktor Vekselberg.

A Suíça tem sido um dos destinos para o dinheiro que deixa a Rússia. Segundo dados do Banco Central russo, cerca de US$ 6,2 bilhões, ou 14% do total das saídas transnacionais russas, foram para a Suíça em 2017.

Outros bancos suíços, incluindo UBS e Julius Baer, disseram à Reuters que também respeitavam as sanções internacionais. Os bancos, no entanto, recusaram-se a dizer se haviam realizado operações semelhantes de congelamento de ativos.

Rússia adota medidas de resposta às sanções de exportação dos EUA

"O UBS implementa pelo menos no mundo as sanções atualmente impostas pela Suíça, a ONU, a União Europeia (UE) e os EUA", disse um porta-voz do banco.

Um porta-voz de Julius Baer disse que "coopera com os reguladores internacionais […] no campo dos regulamentos de sanções".

O medo entre os bancos se deve a possíveis penalidades enormes de Washington. Em 2014, o BNP Paribas da França concordou em pagar um valor recorde de US$ 8,9 bilhões por violar as sanções dos EUA contra o Sudão, Cuba e Irã.

Comentar