A Sputnik Internacional discutiu com o economista global e analista político, Dr. Dan Steinbock, sobre o aumento da compra de ouro pela Rússia perante as sanções americanas.
Perguntado sobre sua avaliação em relação à compra de ouro, o economista disse que "nos últimos quatro anos, a Rússia vem aumentando suas reservas de ouro, e perante outra rodada de sanções americanas, essa compra de ouro se acelerou".
"Ultimamente, o país russo vem cortando as participações dos títulos do Tesouro americano ainda mais depressa. Desse modo, a transferência de tesouros para o ouro protegerá melhor a economia russa das novas sanções".
Já em relação ao risco de venda substancial de títulos americanos e outros ativos valiosos, Steinbock acha que há uma "contradição inerente na política dos EUA".
"Historicamente, houve até o final da Guerra Fria um esforço para criar alianças internacionais. O que vemos agora é a abordagem ‘América primeiro', que é algo muito, muito diferente."
"É muito difícil ter essas duas abordagens porque se você quiser cooperar com outros países, mas apenas em termos de ‘América primeiro', você estará em uma situação em que rejeitará todas as alianças existentes, e todos os acordos comerciais existentes. Você quer renegociar os novos em termos de interesses nacionais e, no entanto, proclama seu apoio à comunidade internacional", disse.
Steinbock afirma que uma maneira de se livrar da dependência do dólar seria usando "moedas nacionais em vez de moedas internacionais". Outro modo "seria começando a gradual retirada das commodities dominadas pelo dólar, incluindo o petróleo".
Além disso, ele destaca que esta é uma "mudança que já começou e funciona através de efeitos de rede", ou seja, acontecerá de forma mais gradual, mas é acelerada e sua mudança é acumulativa.
"Fiquei impressionado com o fato de que os europeus, na verdade, tentaram manter sua palavra e tomaram uma posição mais firme, dispostos a confrontar os Estados Unidos, e eu acho que eles entendem que se eles não fizerem isso agora, então em última análise, essas pressões estarão voltadas para as nações comerciais europeias: e isso não é bom para ninguém", concluiu.