Caçador de Tomahawks: do que é capaz o novíssimo sistema de defesa antiaérea Buk-M3?

As unidades de defesa antiaérea russa estão sendo equipadas com sistemas modernizados Buk-M3. Embora estes possuam o mesmo nome do antecessor, têm pouco em comum com o primeiro Buk que entrou em serviço nos anos 1980. Confira nesta matéria como os sistemas lendários mudaram ao longo de 30 anos e por que são considerados temíveis pelo Ocidente.
Sputnik

Os sistemas Buk-M3, ao contrário de seus antecessores, possuem seis contêineres de lançamento, em vez dos quatro mísseis "nus", em que se escondem novos mísseis antiaéreos guiados 9M317M, que por suas características ultrapassam os anteriores em quase duas vezes.

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Seja um avião estratégico ou tático, inclusive com tecnologias furtivas, sejam mísseis balísticos ou de cruzeiro: nenhum será capaz de escapar ao Buk-M3. O sistema pode interceptar praticamente todos os alvos aerodinâmicos a distâncias de 2,5 a 70 km e altitudes de até 40 km, com velocidade dos alvos de até três quilômetros por segundo.

Os mísseis portam uma carga explosiva cumulativa, adquirem e acompanham o alvo autonomamente, para abater alvos fora do horizonte contam com ajuda de uma estação de radar de detecção.

O míssil 9M317M é altamente manobrável, capaz de suportar sobrecargas colossais e pode perseguir alvos aéreos voando por uma trajetória extremamente difícil e imprevisível. Uma das particularidades do Buk-M3 é que seus mísseis são lançados a partir de uma posição vertical, o que aumenta consideravelmente a cadência de tiros.

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O Buk-M3 "enxerga" e "ouve" através de uma estação de radar polivalente. Uma divisão consistindo de dois Buk é capaz de acompanhar e atacar até 36 alvos simultaneamente. O radar multicanal funciona em quaisquer condições climáticas e temperaturas desde 50 graus negativas até 50 graus positivos, em condições diurnas e noturnas.

O Buk-M3 pode operar em conjunto com outro sistema de defesa antiaérea, o Tor-M2, projetado para ameaças de proximidade, criando assim um tandem que irá frustrar qualquer ataque de meios aéreos ofensivos, segundo o analista militar Aleksei Leonkov.

"Em conjunto, os sistemas determinam quais os ataques de maior importância. O Tor 'enxerga' o mesmo que o Buk e obtém informações sobre que alvos já foram eliminados e quais ainda não. Nesta união, a eficácia dos sistemas aumenta consideravelmente", indicou o analista.

Um conjunto Buk-M3 conta com um posto de comando, um radar de detecção e pontaria, dois lançadores autopropulsados 9А317М equipados com seis mísseis antiaéreos cada um, um ou dois veículos de transporte e lançamento com 12 mísseis e veículos de transporte e municiamento.

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O primeiro modelo do Buk entrou em serviço do exército soviético nos anos 1980. O sistema era capaz de destruir alvos aéreos a uma altitude de até 18 km, tendo um alcance de até 25 km. Contudo, logo depois de se tornar operacional, começou sua modernização e aperfeiçoamento.

A penúltima modificação do sistema, M2, comprovou sua alta eficácia na operação antiterrorista na Síria, ao repelir o ataque com mísseis efetuado em abril de 2018 pelas forças da EUA, França e Reino Unido. Vale destacar que o sistema abateu precisamente os alvos que o sistema de defesa antiaérea da Síria era incapaz de interceptar, segundo Leonkov.

"Foram os Buk que abateram todos os alvos difíceis, especialmente nas aproximações a Damasco. Não se pode descartar que os sistemas russos de defesa antiaérea tenham também abatido os novos mísseis de cruzeiro dos EUA lançados a partir de bombardeiros B-1B", frisou.

Móveis e universais, os sistemas de defesa antiaérea da família Buk têm uma elevada demanda no mercado de armamentos internacional. Além do Cazaquistão, que já tinha encomendado uma divisão de Buk-M2E, países da Ásia e do Oriente Médio também se mostram interessados na compra do sistema, sendo esta já a quarta modificação do Buk original.

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