A Sputnik Internacional discutiu o assunto com Bill Hayton, jornalista e autor do livro "O mar do Sul da China: a luta pelo poder na Ásia".
Perguntado sobre o motivo de tal comportamento britânico e as consequências que isso traria à região, Hayton afirmou que a Grã-Bretanha está tentando "levantar uma questão", e que durante os últimos quatro anos não houve nenhum navio da Marinha Real na região, "principalmente por causa dos cortes na defesa".
Os britânicos tentam mostrar, enquanto estão em mares internacionais, que seus navios podem navegar para onde quiserem, inclusive em águas disputadas.
O jornalista concorda com a questão sobre a Grã-Bretanha estar tentando ganhar alguma vantagem ao entrar em águas territoriais alheias.
Ele ainda recorda que "em julho do ano passado, três navios de guerra chineses atravessaram o canal da Mancha através das águas territoriais britânicas, e estes não levantaram objeções".
"A Grã-Bretanha está fazendo no mar do Sul da China, o que os chineses, além de outros países, fazem nas águas territoriais americanas e do Reino Unido."
"Os chineses estão muito mais preocupados com o papel global que Londres pode desempenhar em seus planos financeiros, e se o Reino Unido pode ajudar na iniciativa chinesa de Um Cinturão Uma Rota", afirmou ele.
O escritor ainda ressalta que, obviamente, a China prefere que outros Estados se mantenham distantes do mar do Sul da China para que os chineses possam fazer o que quiser na área.
Questionado em relação ao quadro geral da situação no atual momento e sobre os obstáculos que se desenvolvem, o jornalista respondeu que aparentemente tudo se mostra "muito calmo e estável" e que ninguém está em guerra.
Pelo fato da China não poder "apertar todos os botões ao mesmo tempo", ela tenta amenizar um pouco a tensão com os japoneses e desse modo pode colocar mais pressão sobre os taiwaneses, assim como fez com o Vietnã, acredita o escritor.
A opinião do interlocutor pode não coincidir com a da redação da Sputnik Brasil.