Sistema Solar tem um concorrente?

Foram encontrados sete exoplanetas da estrela TRAPPIST-1 muito semelhantes ao planeta Terra - todos cobertos por uma atmosfera densa e com enormes reservas de água em estado líquido.
Sputnik

Apesar da forte radiação da estrela anã vermelha, cientistas consideram esses corpos celestes os mais promissores para a busca de vida.

A família mais próxima de exoplanetas

A estrela TRAPPIST-1 está situada a apenas 39 anos-luz da Terra na Constelação de Aquário. É uma estrela anã vermelha muito pequena e fria – em comparação ao Sol – e moderadamente ativa. Astrônomos descobriram três planetas girando ao redor dela em 2016. Os discos no fundo da estrela foram capturados por telescópios orbitais e terrestres.

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Um ano depois, mais quatro exoplanetas foram descobertos no sistema: todos são do tamanho da Terra. Mas por causa da pequena massa da estrela (8% da massa do Sol) esses exoplanetas são supercompactos e estão periodicamente se aproximando uns dos outros.

Os cientistas russos Artyom Burdanov e Aleksei Chushev participaram da descoberta desse incrível sistema planetário.

História da anã vermelha

TRAPPIST-1 é uma estrela muito desbotada, o que dificulta o estudo. Anãs vermelhas similares são comuns no Universo constituindo maior parte da matéria estelar da galáxia. Acredita-se que estas são estrelas jovens. Mas a análise dos dados mostrou que a TRAPPIST-1 é uma exceção. Sua idade é estimada em 7,6 bilhões de anos e até mais.

Emissões de plasma oriundos da estrela são raras. A estrutura da fotosfera é desconhecida, mas os astrônomos sugerem que pode haver pontos frios gigantes e tochas muito quentes com uma temperatura superior a 3.730°C. 

Devido à proximidade da luz, os exoplanetas recebem fortíssima radiação ultravioleta e de raios X, capazes de literalmente esterilizar a superfície e destruir a atmosfera. Nenhum dos microrganismos conhecidos na Terra pode resistir a essa radiação intensa, incluindo a bactéria Deinococcus radiodurans, a mais resistente à radiação.

Apenas uma atmosfera densa com uma camada de ozônio proporciona uma chance para condições de vida próximas às da Terra. De qualquer modo, os cientistas estão se preparando para buscar nos exoplanetas a atmosfera, e nela — biomarcadores que aumentam a probabilidade do nascimento de vida.

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Mundos d’água

A atmosfera dos exoplaneta é rica em hidrogênio que, no entanto, pode ser dissipado pela forte radiação da estrela. Embora todos os corpos celestes sejam predominantemente de pedra, eles são compostos por quase um terço de água. Gelo, gás ou oceanos são desconhecidos. Para comparar, o oceano global equivale a apenas 0,02% da massa da Terra.

O mais interessante para os astrônomos são três exoplanetas médios da TRAPPIST-1. O planeta E é inteiramente de pedra, mas há componentes voláteis deficientes e água. Comparado aos vizinhos, este é um planeta seco, remanescente do grande Mercúrio, perdendo a atmosfera e parte do manto por causa do impacto de um corpo celeste de dimensões muito maiores do que ele.

O planeta F, provavelmente, está cercado por uma atmosfera semelhante à da Terra, sob a qual os oceanos estão ocultos. No entanto, a proximidade dos vizinhos pode ser uma brincadeira cruel: o efeito de maré criado durante a aproximação dos planetas aquece o núcleo e, em vez de água, enormes oceanos de magma estão se formando na superfície.

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Na atmosfera há dióxido de carbono, que forma calotas de gelo no lado noturno. Segundo um cenário, alguns exoplanetas experimentam um forte efeito estufa, o que reduz a probabilidade de encontrar vida lá.

Em breve, cientistas esperam descobrir o oitavo planeta da TRAPPIST-1 e desde já preveem ativamente sua órbita. As esperanças estão fixadas no Telescópio Espacial James Webb — seu lançamento está previsto para 2021. Até lá quase todas as informações sobre a composição e origem dos planetas permanecerão hipotéticas: cenários do que acontece na atmosfera e na superfície deles podem se revelar equivocados.

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