Nos 10 anos da crise financeira de 2018, analista americano prevê sua repetição

A crise financeira mundial de 2008, que no dia 15 de setembro completa 10 anos, pode vir a se repetir devido a uma dívida corporativa e soberana inflada, à perda de confiança dos investidores, bem como às empresas de nova vaga, que não conhecem os princípios de funcionamento do "mercado urso".
Sputnik

Foi isso que afirmou à Sputnik o economista sênior da agência analítica Smith’s Research & Gradings, Scott MacDonald.

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Na madrugada do dia 15 de setembro de 2008, o banco Lehman Brothers, considerado na época o quarto maior banco de investimentos dos EUA, declarou sua falência e pediu a proteção aos credores. Este evento marcou a crise financeira mundial, que subsequentemente virou uma recessão global. Geralmente, seu surgimento é explicado por vários fatores, entre eles a ciclicidade do desenvolvimento econômico e a crise no mercado hipotecário dos EUA em 2007.

MacDonald acredita que a crise pode vir a se repetir. "É triste, mas é um fato: haverá sempre outra crise. Nós, provavelmente, não iremos ver uma sequência de falências de bancos hipotecários e aquilo que se seguiu. Contudo, nós acumulamos uma grande dívida externa, a dívida soberana está crescendo tanto nos EUA, como no Reino Unido, Japão e Itália, e não tem como frear este processo", assinalou o analista.

"Além disso, as corporações nos mercados emergentes acumularam grandes dívidas, e, quando as taxas sobem, estas ficam ainda mais pressionadas. O fator-chave para o crescimento do mercado é a confiança dos investidores. Agora mesmo esta confiança está baseada no crescimento rápido da economia norte-americana, em que acordos comerciais podem ser fechados e que os investidores continuarão financiando o déficit orçamental norte-americano", acrescentou Mcdonald.

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Não obstante, segundo ele, esta confiança pode ser abalada caso as "guerra comerciais fiquem fora do controle e a política de austeridade quanto às taxas do Sistema de Reserva Federal dos EUA complique o acesso ao financiamento, neste caso pode surgir a grave ameaça de uma nova crise, similar à de 2008", apontou o analista.

"A próxima crise, provavelmente, será diferente, talvez seja relacionada às novas tecnologias e instituições financeiras não bancárias, muitas das quais são dirigidas por gerentes jovens ousados e corajosos, que nunca participaram de um verdadeiro mercado urso [mercado em baixa, com preços de ativos em queda e com o pessimismo onipresente se tornando autossustentável]", ressaltou.

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