"A situação foi muito complicada. O dilema enfrentado pelo governo foi romper seus laços comerciais, econômicos e políticos com a Arábia Saudita, com o impacto que isso poderia ter em algumas áreas do país, como a Baía de Cádiz, ou mesmo de executar contratos assinados pelo governo anterior", disse Sanchez à emissora de televisão privada La Sexta, citada pela AFP.
Em agosto, o Ministério de Relações Exteriores da Espanha sugeriu que Madrid reconsiderasse o fornecimento de armas para Riade e outros membros da coalizão liderada pela Arábia Saudita em meio a ataques aéreos mortais contra alvos civis no Iêmen. A declaração veio após relatos de que aviões de coalizão atacaram um ônibus escolar em um movimentado mercado na província de Saada, no norte do Iêmen, reduto da oposição política houthi envolvido em conflito violento com o atual governo iemenita no exílio e apoiado pela coalizão. O ataque matou pelo menos 50 pessoas e feriu outras 77. Mais da metade dos mortos eram crianças menores de 15 anos.
Segundo a AFP, o cancelamento da venda de bombas guiadas a laser colocaria em risco uma encomenda muito maior de cinco navios de guerra Corvette — uma venda no valor de 1,8 bilhão de euros — a ser construída pelo estaleiro espanhol Navantia, na região sul da Andaluzia. Além do contrato de navio de guerra, Madrid assinou acordos de engenharia para construir uma ferrovia de alta velocidade ligando Meca e Medina, além de um metrô no centro de Riade.
Os defensores dos direitos humanos apelidaram a guerra de "a maior catástrofe humanitária do mundo", alegando que desde que se juntou ao conflito, a coalizão liderada pela Arábia Saudita realizou contínuos ataques aéreos contra alvos civis, muitos dos quais constituem crimes de guerra.