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Agricultura brasileira tem tecnologia para enfrentar mudanças climáticas, diz especialista

Um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), apresentado nesta segunda-feira (17), apontou que a sustentabilidade da agricultura brasileira depende do impacto das mudanças climáticas.
Sputnik

Segundo a organização, o planeta precisará dobrar as produções agrícolas até 2050 e os países com as mais baixas latitudes serão os mais afetados.

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No caso do Brasil, a previsão é de que, se nada for feito no mercado global, suas exportações poderão ser afetadas negativamente e haveria até uma leve queda no volume vendido.

No entanto, em entrevista à Sputnik Brasil, Evaristo Eduardo de Miranda, engenheiro agrônomo e ecólogo, diretor da Embrapa Territorial, contestou a informação da FAO e disse que a agricultura brasileira possui tecnologia suficiente para enfrentar mudanças climáticas com competitividade.

"Eu não veria esse terrorismo e nem esse determinismo que está sendo dado. A agricultura brasileira não é neolítica, ela é uma agricultura com muita tecnologia, muita competitividade", disse.

Miranda disse que um exemplo disso é o fato de no Brasil o mesmo produto ser plantado em várias regiões do país.

"Nós temos dado resposta às incertezas climáticas que sempre existiram com tecnologia e se você pegar, por exemplo, uma cultura como o milho ou a soja, são plantadas do Sul do país ao Amapá. São situações climáticas muito diferentes, mas existem tecnologias para você lidar com essas flutuações climáticas", comentou.

Para reverter esse cenário, segundo Evaristo Eduardo de Miranda, é necessário pesquisa para conseguir prever ao máximo qualquer incerteza climática.

"Armazenagem e sobretudo desenvolver irrigação no caso de incerteza climática. Desenvolver irrigação e tudo isso tem que estar apoiado em tecnologia e pesquisa. Nós não podemos ficar imóveis e achar que há um fatalismo climático", completou.

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