Duterte, que tem duas queixas contra ele no Tribunal Penal Internacional (TPI) por causa de sua brutal guerra contra as drogas, atacou seus oponentes no exterior enquanto se dirigia aos militares na cidade central de Capas nesta sexta-feira.
"Se eu faltar, então como filipino, é seu direito criticar e até me bater se quiser. Eu nunca, nunca [me voltaria] contra você", afirmou o presidente, conforme citado pelo site GMA.
Mas seus críticos estrangeiros deveriam manter a boca fechada, alertou, prometendo um destino sombrio para os investigadores e ativistas de direitos humanos que vão às Filipinas para investigar as acusações contra ele.
"Algum dia, quando vocês não tiverem mais alvos […] assim como um alvo humano vivo, eu posso trazer [os críticos estrangeiros] para vocês", disse Duterte às tropas.
Em março, o líder das Filipinas já prometeu alimentar crocodilos com os investigadores internacionais se ousarem desembarcar no país.
Depois de assumir o cargo há 2 anos, Duterte lançou uma guerra maciça contra as drogas, com a Human Rights Watch (HRW) alegando que mais de 12 mil pessoas foram mortas pela polícia ou por "pistoleiros não identificados" desde então.
O líder filipino negou todas as acusações, dizendo que suas forças policiais usavam apenas a força em legítima defesa.
Em fevereiro, o TPI iniciou um exame preliminar de reclamações contra Duterte. Ele respondeu retirando unilateralmente as Filipinas da Corte em março.
Ele argumentou que o TPI desistiu do princípio da "presunção de inocência" e só queria retratá-lo como um "violador implacável e cruel dos direitos humanos".
Mais tarde, o presidente foi ainda mais longe, dizendo que as Filipinas nunca aderiram formalmente ao Estatuto de Roma, já que seu texto não foi publicado no diário oficial do país. Ele prometeu convencer outros condados a também deixar o TPI.
Duterte também instruiu a polícia filipina a ignorar os investigadores se eles viessem, e ameaçou com prisão a promotora do TPI, Fatou Bensouda.