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Eleições 2018: o voto dos brasileiros em Portugal

Portugal, maior colégio eleitoral da Europa e terceiro no ranking dos 110 países que registram eleitores no exterior, tem 39.118 brasileiros aptos a votar no próximo dia 7 de outubro. O número é 27% maior do que o do pleito de 2014, de acordo com números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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O crescimento no número de pessoas aptas a votar em Portugal acompanha o aumento do total de eleitores no exterior, que, de 354.184 em 2014, subiu para 500.727 este ano segundo o TSE.

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O prazo para pedir a transferência do domicílio eleitoral foi até o dia 9 de maio. Em Lisboa, a jornalista cearense Ticiana de Castro percebeu a movimentação.

"Eu me mudei em setembro de 2016 e no começo de 2017 já comecei a me informar sobre a transferência do título de eleitor. Deu pra sentir que a procura estava muito grande. O atendimento no Consulado em Lisboa podia ser agendado online. Acessei no final de janeiro e só havia vaga para março, já estava tudo lotado. Quando chegou o dia, vi que estavam atendendo até quem não tinha marcado pela internet, revezavam entre uma senha e outra encaixando alguém que chegava sem marcação para poder dar conta da demanda", conta a jornalista à Sputnik Brasil.

Residente em Portugal há sete anos, a professora Kelly Mesquita acredita que o aumento do interesse dos brasileiros no exterior pelas eleições deste ano está relacionado ao momento que o país vive atualmente.

"O cenário caótico em que se encontra o Brasil exige, mais do que nunca, a participação cívica", declara à Sputnik Brasil.

Kelly vai votar pela primeira vez desde que se mudou do Pará para Portugal.

"Eu 'mudei de país', mas o Brasil será sempre uma das minhas moradas. Voto sempre que posso para fortalecer a democracia e evitar cumplicidade com a injustiça. Se fosse minha intenção abster-me na votação, para mim, não seria coerente exigir do Estado a promoção de políticas públicas que assegurem o bem-estar social", conta a professora.

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O sentimento de Kelly é o mesmo de Ticiana.

"Eu continuo sendo brasileira, eu me preocupo com o que acontece lá, minha família está lá, e o que acontecer vai afetar diretamente a minha vida também", afirma a jornalista.

7 de outubro

São três locais de votação em Portugal, cada um responde pela jurisdição de um Consulado-Geral do Brasil.

Eleitores residentes nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu, atendidos pelo Consulado do Porto, votam no Hotel Ipanema Porto. São 14.300 pessoas.

Eleitores dos distritos de Castelo Branco, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal e dos arquipélagos dos Açores e da Madeira, sob jurisdição do Consulado de Lisboa — a maior concentração, com 21.195 — votam na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

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Já os 3.623 eleitores dos distritos de Beja, Évora, Faro, e das cidades Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, em Setúbal, votam no próprio Consulado em Faro.

Eleitores no exterior votam apenas para presidente, mas todo o processo no dia da eleição segue os mesmos procedimentos e regras válidos no Brasil. Para votar, basta apresentar um documento oficial brasileiro com foto. Manifestações de apoio a candidatos e partidos só silenciosa e individual.

"Um dos nossos funcionários designados para o apoio se certificará de que não há ninguém fazendo boca de urna num espaço de ao menos 100 metros da porta do Consulado. Se for necessário, embora extremamente improvável, podemos solicitar o auxílio da Polícia de Segurança Pública portuguesa, a quem já avisamos sobre as eleições", explica à Sputnik Brasil o Cônsul Adjunto do Consulado-Geral de Faro, João Francisco Pereira.

O horário também é o mesmo, respeitando os fusos locais.

"Entre 8 e 17 horas, no horário local. Nossa eleição começa em Wellington, na Nova Zelândia, e termina em São Francisco, nos Estados Unidos, justamente por conta da diferença de fuso entre cada país e cidade que realizará eleição", explica a responsável do Tribunal Regional Eleitoral em Brasília pela Zona do Exterior, Juliana Bandeira, à Sputnik Brasil.

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