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Antes de polêmica envolvendo ex, Bolsonaro disse ter tido vontade de fuzilar 1ª mulher

Envolto em uma nova polêmica por uma suposta ameaça de morte contra sua segunda mulher, Ana Cristina Valle, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), líder das pesquisas para as eleições presidenciais de outubro no Brasil, já havia dito em 2000 ter tido vontade de fuzilar "várias vezes" a primeira mulher, Rogéria Bolsonaro.
Sputnik

A declaração do parlamentar foi feita em uma entrevista à revista IstoÉ Gente, em fevereiro de 2000. Nela, o então parlamentar do PPB (ex-PP, atual Progressistas) criticava Rogéria, mãe de seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos, todos hoje detentores de mandatos parlamentares.

"Nunca bati na ex-mulher. Mas já tive vontade de fuzilá-la várias vezes. Também nunca dei um tapa num filho. Gosto de chamar para conversar, contar piadas", declarou Jair Bolsonaro. Segundo ele, o casamento de 19 anos com a primeira mulher acabou porque ela rompeu com o acordo que o casal tinha.

Ex-mulher de Bolsonaro pediu asilo político após dizer que político a ameaçou de morte

"Meu primeiro relacionamento despencou depois que elegi a senhora Rogéria Bolsonaro vereadora, em 1992. Ela era uma dona de casa. Por minha causa, teve 7 mil votos na eleição. Acertamos um compromisso. Nas questões polêmicas, ela deveria ligar para o meu celular para decidir o voto dela. Mas começou a frequentar o plenário e passou a ser influenciada pelos outros vereadores", afirmou à época o deputado.

Bolsonaro declarou ainda que, na ocasião, estava muito feliz com a sua relação com Ana Cristina Valle, que havia dado à luz ao seu quarto filho, Jair Renan. Onze anos depois, já separado dela, o parlamentar teria acionado o Itamaraty após a sua segunda ex-mulher ter viajado com o filho para a Noruega.

A ameaça de morte que Jair Bolsonaro teria feito contra Ana Cristina foi publicada nesta terça-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso ao telegrama endereçado ao Itamaraty e cujo conteúdo foi confirmado aos repórteres por duas fontes e pelo então embaixador Carlos Henrique Cardim, que assina os textos.

"A senhora Ana Cristina Siqueira Valle disse ter deixado o Brasil há dois anos [em 2009] 'por ter sido ameaçada de morte' pelo pai do menor [Bolsonaro]. Aduziu ela que tal acusação poderia motivar pedido de asilo político neste país [Noruega]", diz o telegrama.

 

Buscando neste ano um mandato na Câmara dos Deputados, Ana Cristina – que hoje usa o sobrenome Bolsonaro na sua candidatura – negou à Folha e em um vídeo divulgado na internet nesta terça-feira as ameaças que teriam sido feitas pelo ex-marido.

Ainda internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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