Pressa em acordo com FMI prejudicou ainda mais economia argentina, diz especialista

A principal central sindical da Argentina convocou nesta terça-feira (25) a quarta greve geral no país contra a política econômica do presidente Maurício Macri.
Sputnik

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Segundo informações da Reuters, 15 milhões de pessoas estão sendo afetadas pela paralisação. Desde o final da tarde de ontem, as seis linhas do metrô de Buenos Aires estavam completamente paralisada e não funcionarão novamente até amanhã.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o economista argentino e professor da UFRJ, Eduardo Crespo, disse que a pressa de Macri em firmar um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) acabou prejudicando a economia do país ainda mais.

"O FMI coloca um conjunto de condições, como a renúncia do Luis Caputo, presidente do Banco Central, que acabaram prejudicando a política econômica, pelo menos para a política do governo", disse.

A greve geral foi marcada no mesmo dia em que o presidente Mauricio Macri discursou na Assembleia Geral da ONU. O presidente argentino disse que seu país passa por um período de "mudanças profundas" e que tem a "convicção de fazer os esforços corretos", mas não citou a crise econômica que atinge o país.

Mesmo crítico da maneira como a renúncia de Luiz Caputo foi imposta pelo FMI, Crespo atribui a piora da crise à má gestão do ex-presidente do Banco Central argentino.

"A piora veio com um forte endividamento público, com uma administração muito ruim do Banco Central, o jeito que o banco central estava gerindo a política monetária, a taxa de juros e até suas intervenções cambiais foram muito erradas", defendeu o economista.

Segundo o professor da UFRJ, a inflação da Argentina pode bater na casa dos 43% no próximo ano se a situação continuar dessa maneira.

"Se a continuar a desvalorização [do peso em relação ao dólar], esse valor pode ser ainda maior, ninguém sabe até onde vai chegar a desvalorização", completou.

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