Em 1992, Druckenmiller, juntamente com Soros, realizou o "ataque especulativo" mais bem-sucedido do século XX. A dupla financeira, que gerenciava o fundo Quantum, dominou o Banco da Inglaterra e em poucos dias ganhou perto de um bilhão de libras esterlinas com a depreciação da moeda britânica, ressaltou o colunista da Sputnik, Ivan Danilov.
Depois de muitos anos, o ex-sócio de Soros decidiu conceder uma entrevista ao canal digital Realvision, trazendo más notícias sobre a economia global.
"Triplicamos as causas da crise anterior. E o fizemos a nível global", admitiu Druckenmiller, ao mesmo tempo culpando, sem referência a nomes, as autoridades políticas e monetárias dos EUA pela próxima crise.
Além disso, ele acusou a Reserva Federal americana de "distorcer o capitalismo", e disse que isso acabaria causando uma futura e inevitável crise, muito maior do que a de 2008 e 2009.
Segundo o investidor, o segundo componente da próxima explosão social é a Internet, "que transmite informações sobre a lacuna entre os padrões de vida" a todos os habitantes do planeta.
Nos últimos meses, várias figuras influentes de Wall Street apresentaram ao público basicamente o mesmo tipo de prognósticos.
O multimilionário e administrador do fundo de hedge (negociações para proteção cambial), Kenneth Cordele Griffin, advertiu que as dívidas extremas seriam só o início de um declive econômico. O colunista destacou que Griffin, cujo capital equivale ao PIB de países como a Letônia e Paraguai, não faz declarações errôneas publicamente, pois isso afeta negativamente seus negócios.
Enquanto que em junho o multimilionário e matemático Jeffrey Gundlach também comentou que a próxima crise será gigantesca, enfatizando que o déficit orçamentário dos EUA e a sua dívida nacional estão crescendo no contexto do aumento das taxas do dólar, o que pode causar dificuldades fiscais para Washington.
"A situação lembra um pouco a do Titanic: uma orquestra está tocando no convés e os passageiros estão se divertindo, embora o encontro com o iceberg já seja inevitável. Neste momento, os mais cautelosos já estão descendo às embarcações salva-vidas. A segunda onda da crise financeira global afetará a todos, mas quando o ‘Titanic' da economia ocidental bater no iceberg, o nosso barco terá todas as chances de estar a uma distância segura", concluiu o analista.