Em opinião de Dalio, esta fase se caracteriza pela consolidação da política monetária na sequência da subida das taxas de juro. Caso as taxas cresçam mais rápido que o esperado, este aumento, por sua vez, é capaz de afetar os preços dos ativos.
"Minha preocupação é de que tenha lugar uma crise. […] Creio que essa se produzirá no espaço de dois anos", disse Dalio à edição Business Insider.
O multimilionário também comparou a situação atual com a vivida na década de 30 do século passado. Aquele período da história foi marcado pela rivalidade econômica entre os EUA e a Inglaterra, por um lado, sendo esses os vencedores da Primeira Guerra Mundial, e a Alemanha e o Japão, cujas economia estavam em crescimento.
"Acho que as mesmas coisas se repetem e, se você estudar seus padrões, vai entender as relações entre a causa e o efeito, e depois disso, pode escrever os princípios para lidar com elas eficientemente. Lidamos muito bem com aquela crise financeira e com outras crises de dívida, e gostaria de transmitir este modelo para o futuro", expressou o economista, que está prestes a lançar seu novo livro sobre o mesmo tema, chamado de "Os Princípios".
Hoje em dia, tal como na época de 30, a política de expansão quantitativa esgotou a maior parte de sua energia, o que levou à subida de preços dos ativos e à redução das taxas de juro. Pela mesma razão, atualmente os bancos centrais começaram a consolidar sua política monetária, tal como o fizeram em 1937.
Vale ressaltar que Ray Dalio não é primeiro empresário que vincula a crescente rivalidade sino-americana com a possível chegada de uma nova crise. Recentemente, o diretor executivo da empresa Korea Investment Corporation, Heenam Choi, expressou a mesma preocupação.
As tensões entre os dois países escalaram após, em 9 de julho, Washington ter imposto tarifas alfandegárias sobre as importações de produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares.