A capital portuguesa é a sétima cidade do exterior a concentrar o maior número de brasileiros aptos a votar: são 21.195. O índice de abstenção foi de 65,1%, ficou abaixo do primeiro turno das eleições de 2014, quando 67,7% dos eleitores não compareceram às urnas.
Dentro do local de votação o que se viu foram muitas filas nas portas das 27 seções. A polarização que define as eleições de 2018 também é forte entre os eleitores no exterior e parece ter feito muita gente comparecer às urnas em Lisboa. A dona de casa Jéssica Moreira, de 27 anos, nunca tinha votado.
"Sempre justificava e pagava as multas", conta à Sputnik Brasil. Agora, diz ter encontrado ânimo para participar do pleito.
"Muita gente diz que por nós estarmos aqui fora não deveríamos votar, por não estarmos vivendo a realidade do país, mas nós não sabemos o dia de amanhã. Eu acho que agora é a hora da mudança, de ter algo novo no país", diz Jéssica.
O pintor Anderson de Medeiros vive em Portugal há 16 anos. Sempre ia ao Brasil para votar. Este ano ficou em Lisboa, mas transferiu o domicílio eleitoral.
"A única coisa que eu espero é mudança. Eu vivo fora do Brasil, mas minha família está toda lá. Eu quero que aquilo melhore, tanto para quem pensa em voltar algum dia, quanto para quem vive lá", afirma Anderson à Sputnik Brasil.
Para a estudante Graziela Salvatori, que mora há 3 anos em Lisboa, os momentos de tensão vividos no Brasil são preocupantes. "Eu espero sinceramente que esse discurso de ódio não vá adiante. Porque a palavra de ódio é muito forte, e da palavra para os atos é muito fácil chegar", declara a estudante à Sputnik Brasil.
Mesmo com a polarização na disputa, a jornalista Renata Camargo defende que respeitar os direitos de cada um é o principal.
"Acho importante exercer a democracia desde sempre, desde antes de fazer o título de eleitor, dentro do grêmio estudantil, e acho que o dia de hoje é mais um dia de exercer a democracia. No momento em que o Brasil passa por uma ameaça de fascismo, exercer o voto é algo que nos faz um cidadão completo e acho que é isso que os brasileiros vieram fazer aqui hoje independente da opinião e do voto", afirma Renata à Sputnik Brasil.