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Bolsonaro x Haddad: o que a América Latina deve esperar de cada um?

A partir de janeiro de 2019, o Brasil terá um novo presidente em exercício, a disputa entre Fernando Haddad, do PT, ou Jair Bolsonaro, do PSL será feita na votação do segundo turno, que será realizada no dia 28 de outubro.
Sputnik

Nicolás Maduro diz que os EUA deram a Colômbia a ordem de assassiná-lo
Um tema pouco discutido durante a campanha presidencial deste ano entre os candidatos, mas ele com certeza promete ser um desafio para o futuro presidente da República.

Para discutir as diferenças entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, a Sputnik Brasil entrou em contato com Creomar de Souza, professor de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília.

Segundo Creomar de Souza, Bolsonaro e Haddad tendem a ter posturas bem diferentes em relação ao governo de Nicolás Maduro.

"Bolsonaro, por exemplo, muito provavelmente será um crítico do regime de Maduro, de outro lado, Haddad, até por uma questão de sintonia histórica tenderá manter um fluxo de melhores relações com o governo de Nicolas Maduro", afirmou.

Outro assunto que será tratado de maneira diferente entre os dois candidatos é o fortalecimento de relações comerciais, como o Mercosul.

"No que diz respeito ao Mercosul por exemplo, Bolsonaro dá algumas indicações que tendem a alguns tipos de alterações via liberalização de comércio e a mudanças de práticas do bloco. De outro lado, com Fernando Haddad, é possível que haja uma manutenção de linhas históricas guiadas pelo Itamaraty", comentou.

Porém, Creomar de Souza, disse que ainda não foi possível ter uma discussão profunda sobre política externa na campanha deste ano.

"A eleição do primeiro turno foi muito contaminada por polarização e outras agendas têm surgido com mais urgência do que a agenda propriamente dita de política internacional. Nós temos uma prevalência de elementos econômicos, de questões políticas e outras percepções que têm se sobreposto", disse.

Para Creomar de Souza, o Brasil precisa se pautar por agendas em que seja relevante internacionalmente, mas sem assumir riscos.

"O Brasil tem que alimentar sua matriz de comércio exterior, tem que construir uma política externa que permita ao mesmo tempo que o Brasil seja ouvido em arenas internacionais, mas que ele não assuma também riscos que sejam maiores que as nossas capacidades de resposta e o caminho do Brasil é o multilateralismo porque o Brasil não tem força suficiente para construir acordos bilaterais que sejam mais vantajosos", completou.

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