Análise: saída de Trump do INF pode pôr bases dos EUA na Europa na mira de mísseis russos

A saída dos EUA do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês) afeta diretamente seus aliados na Europa, afirma o analista militar Viktor Litovkin.
Sputnik

Como consequência, segundo o analista, a Rússia será forçada a posicionar seus mísseis em direção aos países que permitirem que os EUA reinstalem esses mísseis em seu território.

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"E estes são praticamente todos os países da OTAN que perderam suas soberanias. Então, agora a Europa terá que viver novamente sob a mira de mísseis russos. Em primeiro lugar, isso diz respeito à Alemanha, à França, à Grã-Bretanha e, provavelmente, à Itália, onde há bases norte-americanas. Nestas condições, tem que esquecer da melhoria das relações entre a Rússia e os países europeus", destacou Litovkin à Sputnik Alemanha.

Segundo ele, do ponto de vista militar, esse tratado é fundamental para evitar a ameaça de destruição nuclear mútua por ambas as partes.

"O fato é que os mísseis posicionados na Europa poderiam alcançar alvos na Rússia em 8 a 10 minutos. E os da Rússia também, neste período. Para a liderança militar de ambos os lados, não haveria um tempo para uma decisão deliberada sobre como agir se os mísseis voassem para algum lugar. Portanto, a destruição dessa classe de mísseis foi uma grande conquista. Isso reduziu drasticamente o impasse entre os dois lados e fortaleceu a confiança recíproca", disse o analista. 

A saída dos EUA do tratado pode fazer com que Rússia e outros países intensifiquem a corrida armamentista, observa Litovkin. 

"Isso permitirá que eles equalizem o equilíbrio de poder com os Estados Unidos, mas eles [os EUA] querem dominar o planeta, e este tratado claramente os impediu de serem hegemônicos", observou. 

Uma coincidência histórica: quase exatamente 30 anos depois da entrada em vigor do Tratado INF entre a União Soviética e os EUA, o Congresso norte-americano declara uma moratória em sua execução, mas na verdade quer quebrar o elo de fortalecimento entre a Rússia e a Europa.

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