Falando diante de uma grande plateia no Fórum de Segurança de Varsóvia, na Polônia, Hodges disse que os países europeus terão que fazer mais para garantir suas próprias defesas diante do "ressurgimento da Rússia", porque os EUA precisarão concentrar mais atenção na defesa de seus interesses no Pacífico.
"Os Estados Unidos precisam de um pilar europeu muito forte. Acho que em 15 anos, não é inevitável, mas há uma grande probabilidade de estarmos em guerra com a China", disse Hodges. "Os Estados Unidos não têm capacidade de fazer tudo o que tem que fazer na Europa e ainda lidar com a ameaça chinesa no Pacífico", acrescentou, ecoando sentimentos anteriormente expressos pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que se queixou repetidamente da contribuição vultuosa de Washington à OTAN enquanto nações europeias não estão dispostas a aumentar seus gastos com Defesa.
"Então você vai nos ver continuar a investir aqui na Europa, continuar a treinar, a praticar forças rotacionais, assim como designar permanentemente forças para a eventualidade de que em 10 ou 15 anos, tivermos de lutar no Pacífico", disse Hodges.
De acordo com o militar, os sinais de uma guerra iminente entre a China e os EUA incluem as tensões no Mar do Sul da China, o "roubo constante de tecnologia" por parte de Pequim e o controle chinês de infraestrutura no exterior, financiando projetos na África e na Europa. Na Europa, em particular, a China já possui mais de 10% dos portos marítimos, disse Hodges.
Hodges foi o comandante do Exército dos EUA na Europa de 2014 a 2017. Hoje ele é um especialista estratégico do Centro de Análise de Políticas Europeias, um instituto de pesquisa sediado em Washington.