Após uma série de declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro sobre a reforma da Previdência, os parlamentares estão aguardando um posicionamento mais claro da equipe do futuro governo sobre as propostas que poderiam ser colocadas em votação ainda este ano.
Segundo o líder do DEM, Rodrigo Garcia (SP), os 44 integrantes do partido têm "simpatia" pela pauta econômica e as medidas de ajuste fiscal e que os detalhes da reforma previdenciária devem ser discutidos em cima do que for apresentado. "O futuro ministro da Casa Civil [Onyx Lorenzoni (DEM-RS)] tem que tomar uma decisão para que eu consulte a bancada", disse o político.
Desde o início da semana, os parlamentares já vinham se posicionando sobre o assunto. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a necessidade de aprovação da matéria nesta terça-feira, mas lembrou das dificuldades de isso ocorrer ainda este ano. "Alguns membros do novo governo já disseram isso [sobre a dificuldade]. Não me parece uma tarefa simples para este momento, mas a política precisa entender que há uma urgência, porque precisamos organizar as despesas públicas", disse. A avaliação dos parlamentares é compartilhada pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).
Aprovada na comissão especial na Câmara criada para debater o tema, a proposta precisa de 308 votos dos 513 deputados, em dois turnos, para que seja apreciada pelos senadores. Como a Constituição Federal não pode ser alterada durante o curso de intervenções do Executivo, o texto não foi mais discutido desde fevereiro deste ano.