Recentemente, a edição The Wall Street Journal constatou que as empresas russas vão logo conquistar os maiores compradores do petróleo iraniano na Europa e na Ásia, que a partir de agora se encontram em uma busca de alternativa.
Qualidade quase igual
Ainda de acordo com a publicação na mídia americana, a Rússia e o Irã produzem um produto muito parecido, por isso a substituição será fácil para as refinarias asiáticas e europeias.
Os especialistas russos também confirmam que o petróleo produzido na Rússia é muito semelhante ao iraniano, tanto pela sua densidade, quanto pela quantidade de enxofre.
Desse modo, as refinarias europeias, por exemplo, mesmo as orientadas para usar o petróleo iraniano, provavelmente não se depararão com problemas ao tratar o produto russo. Aliás, suas importações serão efetuadas em prazos mais curtos que dos outros potenciais países fornecedores.
Parecido, mas não o mesmo
Um dos produtos-chave da indústria de xisto norte-americana é o petróleo leve (WTI), que nem sempre é procurado tanto dentro do país quanto fora dele. O problema reside nas caraterísticas físicas deste tipo de combustível, que não são adequadas para todas as refinarias, ressalta a autora. É evidente que quando uma refinaria já está ajustada ao produto de uma certa qualidade, é bem complicado se reorientar para outro tipo de commodity.
"É por isso que os próprios EUA continuam comprando o petróleo venezuelano — pois as refinarias do Texas não estão adaptadas para o óleo cru leve, enquanto seu reequipamento acarretaria mais despesas e investimentos", explicou à Sputnik o diretor da área de energia do Instituto da Energia e Finanças da Rússia, Aleksei Gromov.
Escambo com Teerã
De acordo com os economistas, tal esquema é bem possível, embora não haja confirmação oficial de que tais negociações estivessem sendo realizadas.
"Para a Rússia, tal acordo de escambo seria vantajoso, pois a ajudaria a reforçar as posições no mercado de exportações, enquanto Teerã não tem escolha — vai ter que negociar com Moscou de acordo com as suas condições", disse à Sputnik Anton Shabanov, especialista econômico independente.
Outra coisa é que isso não pode ser considerado como uma "ajuda" ao Irã, pois no mercado há interesses econômicos e não amigos, precisa o economista.
"Caso seja vantajoso, haverá compras por escambo. Já o 'apoio a regimes', como foi no tempo da URSS, seria uma coisa ruim, isso nunca compensa", afirmou Nikolai Ivanov, chefe do setor de mercados energéticos do Instituto da Energia e Finanças.