"Israel é capaz de superar ambos os [sistemas] S-300 e S-400", disse o colunista e analista político israelense Avigdor Eskin à Sputnik Internacional. "De fato, a Força Aérea de Israel já o fez com sucesso várias vezes na Síria", acrescentou.
Mesmo assim, segundo Eskin, Tel Aviv não tem intenções de prejudicar as relações com Moscou.
"O assunto é mais político que militar. Israel não quer prejudicar as relações positivas e construtivas com Moscou. Não queremos demonstrar nossa superioridade muito avançada sobre a Força Aérea russa.Não temos nenhumas intenções de controlar a Síria e, por isso, sempre buscaremos um compromisso amigável com os russos", sublinhou Eskin.
Segundo o Ministério da Defesa russo, os pilotos israelenses usaram o avião russo como cobertura, deixando-o sujeito ao fogo do sistema antiaéreo sírio. Do incidente resultou a morte de 15 militares russos.
O comentário de Eski surge em meio aos relatos de que Israel teria treinado a neutralização dos sistemas russos S-300 durante seus recentes exercícios aéreos com a Grécia.
Respondendo à pergunta se Israel busca frustrar as atividades militares de Moscou no Oriente Médio em geral e na Síria em particular, Eskin notou que Tel Aviv "está satisfeito com o que os russos estão fazendo na Síria".
"O resultado geral desta guerra para nós é uma grande vitória de Israel. Como se sabe, a Síria nunca pôs fim ao estado de guerra de jure com Israel", comentou.
A questão é saber se Tel Aviv recorrerá a ataques diretos contra os S-300 na Síria.
"Nunca diga nunca. Mas não há necessidade disso. Não vamos atingir nenhum alvo que esteja sob os auspícios do presidente [Bashar] Assad e forças leais a ele. Não há razão previsível para isso", concluiu o analista.
Em outubro, o então ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, declarou que o país continuaria a realizar operações aéreas contra o movimento Hezbollah e o Irã no território sírio, apesar da entrega dos S-300. No entanto, mais tarde a edição Al-Masdar News reportou que a Força Aérea de Israel não tem atacado a Síria depois que a Rússia entregou seus sistemas de defesa antiaérea ao exército da república árabe.