'Solte meu braço!': jornal turco divulga suposto áudio dos últimos momentos de Khashoggi

Um jornal turco divulgou citações de uma fita de áudio que supostamente capturou os últimos momentos do jornalista saudita Jamal Khashoggi, assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul.
Sputnik

O colunista do jornal The Washington Post é ouvido pedindo para ser libertado:

"Solte meu braço! O que você acha que está fazendo?", questionou Khashoggi, segundo a publicação.

O jornal turco Habertürk, citando fontes de segurança, divulgou as terríveis citações na última segunda-feira.

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A publicação alega que as gravações mostram que o jornalista foi capturado pelo esquadrão saudita logo depois que ele entrou no consulado do reino em Istambul em 2 de outubro. Khashoggi e 4 membros da equipe são ouvidos brigando por pelo menos 7 minutos. Esta parte é realizada na unidade A do consulado que hospeda o departamento de vistos.

Em seguida, é possível ouvir como a vítima de 59 anos foi levada para a unidade B, que hospeda o departamento administrativo. A gravação de áudio de 4 minutos naquela unidade inclui não apenas os sons de uma briga, mas também a luta.

Além de 4 homens da equipe saudita e Khashoggi, mais 3 homens são ouvidos na fita de áudio. Fontes de segurança turcas supostamente identificaram um deles como Maher Abdulaziz Mutreb. Ele foi nomeado pelo turco autoriza como o líder de um "time para matar" de 15 homens.

Na segunda parte da gravação, Mutreb liga para Khashoggi, que foi levado para a unidade B do consulado, um "traidor".

"Traidor! Você será levado em conta!", diz a voz.

Outra voz é ouvida na gravação. Pertence ao engenheiro saudita Mustafa al-Madaini, de 57 anos, que se tornou o sósia de Khashoggi:

"É assustador usar as roupas de um homem que matamos há 20 minutos", teria dito ele.

Madani é visto saindo do Consulado da Arábia Saudita em Istambul pela entrada dos fundos, usando as roupas que Khashoggi usava em 2 de outubro, de acordo com as gravações de vídeo. Madani também usa uma barba falsa e óculos para parecer mais com o jornalista.

Informações sobre a fita de áudio do assassinato de Khashoggi circulam na mídia há algum tempo. Autoridades turcas disseram que obtiveram a horrível fita e a compartilharam com vários países, incluindo os EUA. No entanto, o ministro turco da Defesa, Hulusi Akar, negou que o consulado saudita tenha sido grampeado por Ancara.

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"Não podemos revelar a fonte das gravações de áudio", afirmou Akar à BBC na segunda-feira.

O áudio chegou até a Donald Trump. No entanto, ele se recusou a ouvir a gravação porque "é uma fita de sofrimento". Ele garantiu que estava "totalmente informado" sobre o conteúdo da gravação. É uma fita "muito violenta, muito cruel e terrível".

Khashoggi, um proeminente crítico do príncipe herdeiro saudita Mohammad bin Salman, entrou no consulado saudita em Istambul em 2 de outubro e nunca mais voltou. Quase imediatamente após seu desaparecimento, as autoridades turcas disseram que o jornalista havia sido assassinado dentro do consulado, alegando que seu assassinato foi sancionado nos mais altos escalões do governo saudita.

Riad inicialmente negou ter matado o jornalista, mas depois mudou sua posição sobre o assunto várias vezes. Mais recentemente, o promotor público saudita admitiu que o jornalista foi assassinado em uma operação de inteligência que deu errado. O promotor disse que estava buscando a pena de morte para cinco indivíduos acusados de "ordenar e cometer" seu assassinato.

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