Especialista dos EUA prevê calote do 'império' norte-americano

A política estadunidense de guerras "não declaradas" e "ilegais" pode levar a graves consequências para os EUA e para todo o mundo. Para evitar seu próprio colapso, Washington deve rever seus interesses nacionais, opina o analista estadunidense Hunter Derensis.
Sputnik

Em seu artigo para o portal American Conservative, Derensis sublinhou que o déficit orçamentário do governo federal dos EUA já superou 800 bilhões de dólares (R$ 3 trilhões), enquanto a dívida nacional se aproxima de 22 trilhões de dólares (R$ 83 trilhões), que é a maior dívida pública de toda a história da humanidade.

Mesmo levando em conta que no mundo há muitos países com um volume de dívida em relação ao seu PIB maior que o dos EUA (por exemplo, o Japão, cujo endividamento atinge quase 240% de seu PIB), a crise nos EUA é inevitável, considera o autor do artigo.

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Alguns economistas em Washington acreditam que o calote dos EUA é impossível, porque o governo, teoricamente, pode imprimir a quantidade de dólares necessária para amortizar suas dívidas. Entretanto, a hiperinflação causada pela impressão incontrolável de moeda dos EUA levaria à desvalorização total do dólar e ao colapso da economia global.

Quando o mundo deixar de confiar na capacidade dos EUA de pagar suas dívidas ou quando as taxas de juro se tornarem demasiado altas, os EUA seriam forçados a cortar seu orçamento e, como resultado, o "império" estadunidense vai colapsar, afirmou o analista.

Segundo os neoconservadores norte-americanos, sem os EUA o poder sobre o mundo seria assumido por forças sinistras. No entanto, para o analista, nada melhor atará as mãos dos militares do que a crise da dívida. 

"Se isso [a crise da dívida norte-americana] acontecer, será provocada, em parte, pelos neoconservadores que pregam uma guerra que vai custar trilhões de dólares para refazer a humanidade à nossa [dos EUA] imagem. A arrogância leva à queda", disse o analista.

Para o autor, as guerras não declaradas dos EUA são ilegais, antinaturais e desestabilizadoras não apenas para os países estrangeiros, mas também para o sistema financeiro dos EUA. 

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Derensis insiste que os EUA precisam reexaminar radicalmente seus ativos e obrigações estrangeiros. A política externa dos EUA deve adotar uma visão estratégica limitada dos seus interesses nacionais. Entre as medidas necessárias, o analista nomeia o fechamento das bases militares norte-americanas na Alemanha e a retirada das tropas do Afeganistão. 

"Aconteça o que acontecer, as tropas norte-americanas vão voltar para casa. Seria melhor que essa fosse uma decisão nossa e não dos cobradores da dívida", concluiu Derensis.

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