'É por inveja': analista comenta reação dos EUA às entregas de S-300 à Síria

A entrega de sistemas S-300 aos militares sírios aumenta a probabilidade destes voltarem a cometer erros, como o acidente envolvendo o avião russo Il-20, declarou o enviado especial dos EUA para a Síria, James Jeffrey. O analista militar russo Viktor Baranets opinou sobre a possível razão dessa afirmação.
Sputnik

Em entrevista à Ria Novosti e ao jornal Kommersant, o diplomata americano recordou a tragédia em que o avião russo Il-20 foi derrubado por engano por mísseis sírios.

Para Jeffrey, o fornecimento de S-300 russo a Damasco apenas aumentará o risco de tais incidentes e pediu a Moscou que "que aja com extrema cautela nesta questão".

Porém, o analista militar russo Viktor Baranets vê outro motivo para tal discurso declarado por Washington.

"Tais réplicas também saem pela boca de militares americanos — mais por inveja", opinou o analista.

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Baranets lembrou que a Rússia deveria ter vendido S-300 à Síria em 2013 e, por isso, treinou especialistas sírios por muito tempo no território e nos polígonos russos, sublinhando que os militares sírios aprenderam a operar profissionalmente os sistemas.

Posteriormente, a Rússia desistiu dos fornecimentos de S-300 à Síria para manter boas relações com Israel.

"E agora? Chamamos todos aqueles especialistas sírios que já sabem operar o S-300. Também realizamos cursos intensivos de requalificação de especialistas sírios para [operar] S-300. Mas acho que por mais um ano ou dois, os sistemas serão dirigidos por especialistas russos", disse o analista ao serviço russo da Rádio Sputnik.

Sobre o tema da derrubada do Il-20, Baranets duvidou que algo semelhante aconteça novamente.

"No caso do Il-20, se não fosse pela provocação israelense, os sírios não teriam disparado. É importante entender que Israel provocou os disparos. Mas acho que tal tragédia não voltará a acontecer pela segunda vez", concluiu.

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Em outubro, Moscou entregou sistemas S-300 à Síria após o incidente com o avião Il-20, que foi abatido por uma bateria antiaérea S-200 síria. A Rússia responsabilizou caças israelenses pela derrubada, que naquele momento estavam realizando uma operação militar no país árabe.

Segundo o Ministério da Defesa russo, os pilotos israelenses usaram o avião russo como cobertura, deixando-o sujeito ao fogo do sistema antiaéreo sírio. O incidente causou a morte de 15 militares russos.

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