OTAN continuará monitorando mar Negro após incidente no estreito de Kerch

A OTAN "continuará avaliando sua presença na região do mar Negro", onde navios da aliança estão realizando patrulhas e exercícios de rotina, disse a porta-voz da OTAN, Oana Lungescu, segundo a agência de notícias turcas Anadolu reportou.
Sputnik

Mais cedo, o presidente ucraniano Pyotr Poroshenko pediu à OTAN que envie seus navios de guerra para o mar de Azov para apoiar a Ucrânia após o incidente no estreito de Kerch.

A porta-voz da OTAN disse que "já existe muita OTAN no mar Negro" e que seus navios passaram 120 dias na área este ano, em comparação com 80 dias em 2017.

"Diversos aliados efetuam policiamento aéreo da OTAN na região, e os aliados também efetuam voos regulares de reconhecimento sobre o mar Negro. Temos também uma brigada multinacional liderada pela Romênia e baseada em Craiova […] Três membros da OTAN — Bulgária, Romênia e Turquia — são estados litorâneos, com suas próprias capacidades nacionais destacadas na região do mar Negro", acrescentou Lungescu.

Almirante britânico propõe enviar destróier à Ucrânia para enfrentar a Rússia
Seus comentários foram feitos depois de o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, ter afirmado que o Kremlin considera o pedido de Poroshenko para que a OTAN envie seus navios para o mar de Azov como um aspecto da sua estratégia de provocar a Rússia para ganhar apoio para sua candidatura às eleições do próximo ano na Ucrânia.

De acordo com Peskov, a linha de fundo está nos "interesses políticos eleitorais e domésticos do presidente Poroshenko".

A declaração se seguiu à entrevista de Poroshenko ao tabloide alemão Bild, durante a qual ele disse que Kiev espera que a OTAN envie seus navios para a área do estreito de Kerch, onde três navios da Marinha ucraniana foram capturados pela Rússia após entrarem em águas territoriais russas em 25 de novembro.

Por que Kiev e Moscou se confrontaram no estreito de Kerch e será que OTAN vai intervir?
O almirante britânico Lord Alan West, por sua vez, advertiu que se a OTAN der tal passo, poderia alimentar as tensões na região após o incidente no estreito de Kerch.

"Você tem que pensar com muito cuidado sobre o posicionamento de forças perto da Rússia. Se enviarmos uma força significativa da OTAN para lá, isso será visto como uma ação agressiva — mas poderemos ter um número limitado de navios garantindo a liberdade de navegação."

Em 25 de novembro, três navios da Marinha ucraniana, Berdyansk, Nikopol e Yany Kapu, violaram os artigos 19 e 21 da Convenção da ONU sobre o direito marítimo ao cruzar a fronteira da Rússia. Os navios realizaram manobras perigosas durante várias horas sem reagir às exigências das embarcações russas que os acompanhavam.

Foi tomada a decisão de usar armas. Os navios ucranianos foram detidos. Durante o incidente, três militares ucranianos ficaram levemente feridos. Eles receberam assistência médica e não correm risco de vida. A Rússia abriu um processo criminal por violação da fronteira.

Comentar