A cúpula reunirá líderes das principais potências mundiais, como Estados Unidos, China, Alemanha, Rússia, entre outros. Além de sessões plenárias com os demais chefes de Estado do grupo, o presidente Temer tem agendas reservadas com os primeiros-ministros da Austrália, Scott Morrison, e de Singapura, Lee Hsien Loong.
"Temer vai fazer essa participação [no G20], mas com bastante restrição em termos de capacidade de decisão, é verdade que nós temos observado uma coisa singular que o restinho do mandato do presidente Temer está servindo para planificar, principalmente na arena internacional, o que tem sido anunciado como agenda do futuro governo", disse.
Arnaldo Francisco Cardoso acredita que Temer vai se posicionar com cautela durante as reuniões e vai evitar romper com as linhas tradicionais da política externa brasileira.
A cúpula ocorre entre esta sexta-feira (30) e sábado (1º). O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumirá a Presidência durante a viagem de Temer.
Apesar das atenções do mundo estarem voltadas para Buenos Aires, a cúpula do G20 não tem a mesma importância do que nos anos anteriores. Segundo Antônio Gelis, especialista em Geopolítica e Estratégia Internacional e professor da Fundação Getúlio Vargas, o grupo "pertence a um momento geopolítico que já passou".
"O G20 hoje é um evento diplomático, é um evento midiático, mas o que tem alguma importância diplomática é o G3, que é uma instituição que não está organizada, mas deveria estar juntando as 3 maiores potências geopolíticas do planeta: China, Rússia e EUA. Portanto o que nós assistiremos é um fóssil ainda vivo desse momento geopolítico terminado", disse.
Na avaliação de Gelis, o que vamos assistir nos próximos anos é a prevalência de acordos bilaterais em detrimento de decisões tomadas coletivamente em reuniões de grupos de países organizados.
O G20 reúne, além dos sete países mais ricos e as 13 economias emergentes (como China, Rússia, Índia e Brasil), representantes de organizações multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Cerca de 85% do produto bruto global e dois terços da população do planeta estão representados pelo grupo.