Esta descoberta pode ajudar a entender a origem de neutrinos de alta energia registrados anteriormente pelo observatório de neutrinos IceCube, instalado na estação antártica Amundsen-Scott, segundo informou a revista Physical Review-D.
Os neutrinos passam onde outras partículas não podem passar. Por exemplo, os neutrinos solares vêm das entranhas do Sol e levam informação sobre as reações termonucleares no núcleo solar. Os neutrinos de alta energia chegam de objetos extraterrestres ainda desconhecidos e dão informações que não podem ser obtidas com outros métodos de observação.
"Quando a energia for superior a 300 GeV, os sinais provenientes das fontes que se encontram fora da nossa galáxia estarão suprimidos devido à absorção da radiação gama no espaço entre as galáxias. No entanto, a radiação gama a distâncias dentro da galáxia quase não é absorvida. Assim, a fonte do novo elemento deve se encontrar na nossa galáxia", assinalou Dmitry Semikoz, um dos autores do estudo.
Segundo o cientista, as caraterísticas de espectro do novo elemento são comparáveis ao fluxo de neutrinos extremamente alto descoberto pelo telescópio IceCube. Como os neutrinos são produzidos sempre com a radiação gama de um espectro similar, os cientistas supuseram que ambos os espectros sejam da mesma origem.
"Neste projeto são estudados dois modelos que explicam todos os dados", destacou Semikoz. "No primeiro modelo, neutrinos e radiação gama são produzidos em uma área próxima à galáxia pela interação de raios cósmicos. No segundo modelo, neutrinos e radiação gama são produzidos graças à desintegração da matéria escura da nossa galáxia", explicou.
Se a desintegração da matéria escura for fonte do sinal, é difícil sobrestimar a importância da investigação. Caso seja uma fonte astrofísica, então poderíamos ter encontrado a fonte dos raios cósmicos que produzem os neutrinos e a radiação gama registrados.