Experiências próximas à morte são "um acontecimento psicológico profundo com elementos míticos", explicam os especialistas, recordando que pode ser provocado pela imensa dor física ou emocional, mas também depois de sofrer ataques cardíacos ou lesões cerebrais traumáticas.
Um terço das pessoas, que passaram por isso, assegura ter experimentado sensações comuns como satisfação, separação psíquica do corpo, movimento rápido através de um túnel largo e escuro e até ver uma luz se acender no fim do dito túnel, segundo cientistas.
Em 2009, os neurocientistas Olaf Blanke e Sebastian Dieguez propuseram tipologia de experiências próximas à morte. No primeiro tipo, um trauma na região direita do cérebro resulta em uma sensação alterada de tempo e dá impressão de voo. O segundo tipo, ligado a danos na região esquerda do cérebro, é caracterizado pela comunicação com espíritos e pela percepção de vozes ou música.
Outro papel importante dos lobos temporais consiste em se envolver no processamento da informação sensorial e da memória, por isso atividade anormal desses lobos pode produzir sensações estranhas.
Qual é a razão?
Apesar de haver uma grande quantidade de teorias, é difícil encontrar uma explicação exata, opinam Dagnall e Drinkwater. Eles destacam que pessoas religiosas creem que esses episódios à beira da morte ofereçam evidências de que existe uma vida depois da morte, particularmente, separação do espírito do corpo. Explicações científicas apontam despersonalização que é como se define uma sensação de estar separado do corpo.
No entanto, outros investigadores ligam essas experiências à anoxia cerebral, ou seja, falta de oxigênio no cérebro. Neste sentido, há testemunhos de pilotos aéreos que experimentaram perda de consciência durante acelerações rápidas e descobriram caraterísticas similares às experiências próximas à morte, como a visão do túnel. A falta de oxigênio também pode desencadear convulsões do lobo temporal, causando alucinações.
Porém, a explicação mais estendida é "a hipótese do cérebro moribundo" que propõe que as experiências próximas à morte são alucinações causadas pela atividade no cérebro à medida que as células começam a morrer. Mas essa teoria não explica uma gama completa de sensações experimentadas durante esses episódios, tais como experiências extracorporais.