Apesar de baixa no preço do petróleo, Arábia Saudita pretende aumentar orçamento estatal

Os gastos da Arábia Saudita atingirão um recorde em 2019, com planos de aumentar os gastos do Estado em 7%, para chegar a US$ 295 bilhões, mesmo com a queda dos preços do petróleo forçando o reino a adotar medidas de austeridade.
Sputnik

O rei Salman anunciou os números nesta terça-feira (18), dizendo que o governo espera que a receita aumente em mais de 9%, para atingir US$ 260 bilhões. Isso irá criar um déficit projetado de US$ 35 bilhões — menos que nos anos anteriores.

A receita total em 2018 atingiu US$ 239 bilhões, com gastos de US$ 274,5 bilhões.

"Este orçamento é uma continuação da política do governo de se concentrar nos serviços fundamentais dos cidadãos e no desenvolvimento de serviços governamentais", disse o rei em uma reunião do governo que incluiu ministros e seu filho, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

A Arábia Saudita vem enfrentando um déficit desde que os preços do petróleo caíram pela primeira vez em 2014. O reino precisa de petróleo a cerca de US$ 70 por barril para equilibrar seu orçamento, mas o preço do petróleo continuou a cair depois de atingir uma baixa de 14 meses na segunda-feira. O petróleo de referência dos EUA caiu para pouco mais de US$ 49 por barril na terça-feira. O petróleo Brent, usado para precificar os óleos internacionais, caiu para US$ 58,70 por barril.

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Como um dos maiores exportadores de petróleo do mundo, o governo saudita está trabalhando para diversificar sua receita. As receitas não petrolíferas aumentaram nos últimos anos, mas o estado continua a depender fortemente do petróleo para seus gastos domésticos e internacionais.

O Ministério das Finanças disse que as receitas do petróleo devem chegar a US$ 176,5 bilhões em 2019 — cerca de 68% da receita do Estado — em comparação a US$ 162 bilhões em 2018.

A Capital Economics disse que o orçamento saudita deste ano parece estar confiando em suposições otimistas para os preços do petróleo subirem para quase US$ 80 por barril.

O orçamento anual da Arábia Saudita é observado de perto porque oferece um dos indicadores mais claros sobre se o reino está seguindo seus planos Vision 2030 — um projeto apresentado pelo príncipe herdeiro para afastar o reino de sua dependência do petróleo, particularmente com fontes sustentáveis de energia.

O orçamento deste ano inclui uma extensão de um ano de subsídios mensais para funcionários públicos, pensionistas e soldados com o objetivo de amortecer o impacto das medidas de austeridade. O decreto real estende um pagamento mensal de cerca de US$ 266 para funcionários públicos e soldados por mais um ano. Aposentados e estudantes também receberão subsídios contínuos.

A extensão desses bônus ocorre em um momento delicado, quando muitos cidadãos sauditas estão sentindo o aperto das medidas de austeridade introduzidas nos últimos anos para sustentar a receita do Estado.

O governo introduziu um imposto sobre valor agregado de 5% na maioria dos bens e serviços este ano. Os sauditas também viram suas contas de eletricidade e água dispararem à medida que os subsídios são reduzidos.

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Para ajudar a aliviar o fardo dessas novas medidas, o governo iniciou um programa de assistência monetária este ano para famílias de baixa renda como parte de um novo sistema de assistência social.

Apesar dessas e de outras medidas, como taxas cobradas de empresas que contratam estrangeiros em vez de sauditas, o desemprego subiu para 12,9%. A maioria dos sauditas que trabalham são empregados pelo governo.

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