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Exército Brasileiro usa tecnologia e leva água a indígenas na Guiana

O Exército Brasileiro, através do 6º Batalhão de Engenharia de Construção, participou de uma ação para perfuração e instalação de poços artesianos nas comunidades ameríndias do Alto Takutu-Alto Essequibo, na Guiana, região que faz fronteira com a região Norte do Brasil.
Sputnik

A operação é fruto de um acordo bilateral com o governo da Guiana e mobilizou 48 militares, 22 viaturas e oito equipamentos de engenharia, além de um servidor civil.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o major Jefferson Fidélis, comandante do Destacamento Guiana, conta como funcionou a perfuração durante a cooperação técnica entre os países.

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"Na cooperação técnica foi utilizado o equipamento conhecido como resistivímetro que permite realizar um estudo preliminar até a profundidade de 200 metros para verificar a possibilidade de existência de água", explica.

Essa mesma tecnologia é usada pelos Batalhões de Engenharia de Construção, sob a coordenação do 1º Grupamento de Engenharia, em ações para a perfuração de poços em regiões áridas da região Nordeste do Brasil.

O militar destaca que a ação na Guiana beneficiará os moradores da região que são afetados pelos efeitos da seca.

"A Região 9 da Guiana é constantemente afetada por períodos severos de secas que trazem destruição das lavouras, dos pastos e consequentemente do gado, que por sua vez traz a fome e a morte de pessoas, em sua maioria índios", conta.

Além da perfuração dos poços, os militares brasileiros também realizaram uma capacitação de membros do Exército da Guiana. O comandante do Destacamento Guiana conta que foram mais de 300 horas de capacitação para os 23 militares e nove civis dos órgãos governamentais responsáveis pela distribuição de água na Guiana.

"Foram ministradas instruções de solos e rochas; operação e manutenção de perfuratriz; insumos, manutenção e operação de poços artesianos; segurança no trabalho; prática de perfuração e ao final uma avaliação do aprendizado. Ao todo a capacitação teve 384 horas de aulas teóricas, práticas e avaliação, que permitiram concluir a cooperação com a certeza do pleno êxito", ressalta o militar que elogiou a forma como foram recebidos os brasileiros pela população local: "Todos foram recebidos e tratados com muita educação, respeito e carinho. É notório o respeito e apreço que a população guianense possui pelo Brasil", finaliza.

A ação também capacitou 16 moradores para a manutenção dos poços. Ao todo, foram construídas oito unidades, com profundidade entre 80 e 120 metros, utilizando placas solares e bombas submersas alimentadas por energia solar, que vão atender cerca de 5.500 pessoas de oito comunidades indígenas.

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Essa operação é fruto de um Ajuste Complementar, realizado em 21 de dezembro de 2017, do Acordo Básico de Cooperação Técnica entre os governos dos dois países para a execução do projeto "tecnologias para combate aos efeitos da seca na Região 9 da Guiana".

A ação é coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores e executado pelo Ministério da Defesa, através do Exército Brasileiro.

A cooperação Brasil-Guiana durou 60 dias, entre 1º de outubro e 1º de dezembro nas comunidades Churikdnau, Bashaidrum, Achawib, Karaudarnau, Aishalton, Awarewanau, Maruranau e Shea, na Região 9 da Guiana.

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