Comprador principal
A Índia se tornou o principal importador de armas russas em 2018. No dia 5 de outubro, Moscou e Nova Deli assinaram contrato para fornecimento de cinco sistemas de defesa antiaérea S-400 Triumph equivalente a mais de US$ 5,4 bilhões (R$ 20 bilhões).
Já tendo sido chamado de maior negociação da história da Rosoboronexport, o contrato com a Índia prevê pagamento pelos sistemas de defesa antiaérea em rublos, podendo ser essa negociação o ponto de partida para transações em rublos com outros países interessados em armamento pesado russo.
O principal armamento dessas fragatas é famoso BrahMos, o mais rápido míssil de cruzeiro supersônico do mundo, capaz de atingir alvos na superfície aquática a até 300 quilômetros.
Além disso, em meados de maio, a empresa Vertolyoty Rossii (Helicópteros da Rússia) recebeu um pedido do Ministério da Defesa indiano para o fornecimento de 200 helicópteros multifuncionais Ka-226T e é possível que a produção seja parcialmente conjunta.
Em janeiro, a ministra da Defesa da Índia, Nirmala Sitharaman, aprovou uma proposta para a compra de 240 bombas aéreas da Rússia por uns US$ 200 milhões (R$ 778 milhões).
E no início de setembro, Nova Deli realizou com êxito os primeiros testes bem-sucedidos de armamento de tanques russos de 125 milímetros Mango. A assinatura de mais contratos importantes é esperada para acontecer no ano que vem.
"Trata-se principalmente do fornecimento de 220 mil fuzis de assalto Kalashnikov e de 48 helicópteros Mi-17", disse Andrei Frolov, editor-chefe da revista russa Eksport vooruzheny (Exportação de Armas) à Sputnik.
O preço exato do contrato é desconhecido, mas vários especialistas estimam corresponder a US$ 1,5 bilhão (R$ 5,8 bilhões).
Frente oriental
A cooperação técnico-militar entre a Rússia e a Indonésia tem uma história de 60 anos, ou seja, desde 1958. Para se ter uma ideia, somente a partir de 1992, Moscou vendeu armas, equipamentos militares, aviões e helicópteros para Jacarta no valor de mais de US$ 2,5 bilhões (R$ 9,7 bilhões).
Em 2018, as partes assinaram um contrato inovador para o fornecimento de 11 dos mais modernos caças Su-35 russos, estimado em US $ 1,1 bilhão (R$ 4,2 bilhões).
Mas pode ser que a entrega destas aeronaves seja adiada, uma vez que os EUA ameaçaram a Indonésia com sanções. Anteriormente, Jacarta declarou desejo de adquirir vários submarinos diesel-elétricos do projeto 636 Varshavyanka. Com este contrato, no contesto geopolítico, a situação também não está clara.
Uma parte significativa dos 64 tanques reservados T-90S foram enviados para o Vietnã, que está modernizando ativamente seu exército. E na região asiática não é tudo.
Não se deve esquecer Laos, que recebeu neste ano algumas dezenas de T-72B1. Em novembro, soube-se que Mianmar havia aprovado um contrato histórico com a Rússia para adquirir seis caças Su-30SM.
Como notou vice-ministro da Defesa da Rússia, Aleksei Fomin, este acordo é capaz de abrir portas para um contrato maior, e o Su-30SM pode vir a se tornar o principal caça deste país asiático.
Sistemas de defesa antiaérea
Vale destacar que a Rússia não só vende equipamentos militares no exterior, mas também ajuda parceiros no manuseio de armas que já foram exportadas. Assim, até o final de dezembro, a empresa Vertolyoty Rossii (Helicópteros da Rússia) planeja abrir centros de manutenção no Brasil e no Peru para helicópteros Mi-17 e Mi-35 russos.
E mais, em abril, a Rússia e a Grécia concluíram um acordo para prolongar a vida útil dos sistemas de armas. Trata-se da manutenção dos sistemas de defesa antiaérea S-300PMU-1, o sistema de defesa antiaérea Tor-M1 e os sistemas de defesa antiaérea Osa. Atualmente a Grécia é o único país da OTAN armado com sistemas russos de defesa antiaérea.
Os EUA estão muito preocupados com esse acordo e criticaram Turquia, ameaçando até não vender caças furtivos F-35 caso o acordo com a Rússia seja concretizado.
E em 19 de dezembro, o Pentágono informou que tinha sido aprovado um possível acordo para vender os sistemas de defesa antiaérea Patriot para Turquia por US$ 3,5 bilhões (R$ 13,6 bilhões). Qual será o desfecho de tudo isso, ainda não se sabe.