Evolução das criptomoedas: de 'produto' especulativo a ferramenta de controle financeiro

A capitalização do mercado de moedas virtuais teve uma redução de aproximadamente cinco vezes em 2018, isso mostra que, provavelmente, os investidores estão se decepcionando com o dinheiro digital descentralizado.
Sputnik

Além disso, há mercados que proibiram a utilização de criptomoedas para controlar o sistema financeiro.

Quando Satoshi Nakamoto criou o bitcoin, ele não tinha ideia de que sua criação valeria mais do que o ouro. Nos primeiros momentos do bitcoin, apenas os profissionais de tecnologia e fanáticos pela criptografia puderam utilizá-lo e trocá-lo, na ocasião, a criptomoeda era vista mais como um objeto de entretenimento do que um ativo de grande valor.

Com o passar do tempo, a moeda criptografada passou a atrair os especuladores, pois o câmbio da criptomoeda dependia apenas da agitação do mercado. Esta foi a razão pela qual o valor do bitcoin disparou até 20 vezes em apenas um ano, entre o final de 2016 e 2017.

A China então se tornou uma grande monopolista, isso porque possuía uma grande base para a utilização das moedas digitais e a energia elétrica barata, um requisito indispensável para obter uma grande quantidade de criptomoedas.

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Além disso, a China foi responsável por 70% de todas as "extrações" de bitcoins, convertendo-se no produtor de equipamentos mais avançados para a mineração da criptomoeda.

O grande aumento da indústria das criptomoedas começou a preocupar as autoridades chinesas, pois entendiam que o valor das moedas virtuais dependia dos ânimos especulativos. Entretanto, os chineses notaram que a criptomoeda também dependia das pessoas que começaram a investir seus recursos.

Com relação a este assunto, o especialista Zhang Ning, do Centro de Estratégia Financeira da Academia de Ciências Sociais da China, declarou à Sputnik que, na época, a China tomou diversas medidas com o objetivo de limitar a exploração das criptomoedas e bitcoin, amenizando o monopólio do Estado na emissão de dinheiro.

Em 2018, o valor do bitcoin e de outras moedas digitais começou a cair. Devido às frequentes falhas nas bolsas de criptomoedas, muitos investidores se afastaram, principalmente por causa de ataques hackers que invadiam seus dados.

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Devido a esses problemas, o bitcoin entrará em 2019 valendo cinco vezes menos ao que valia aos princípios de 2018. Por isso, um número cada vez maior de países está utilizando a tecnologia blockchain para converter suas moedas nacionais em dinheiro.

Tanto a China quanto a Venezuela estavam desenvolvendo planos para criarem suas próprias criptomoedas como uma tentativa de estabilizar suas moedas, entretanto, o resultado não foi o bem o esperado, já que a moeda venezuelana se desvalorizou ainda mais.

Vale ressaltar que, as transações realizadas com a criptomodeda utilizando a tecnologia blockchain, na China, não poderão ser anônimas, o que eleva a transparência.

Outra grande vantagem da criptomoeda para a China é o custo de sua manutenção, que é menor que a emissão de dinheiro efetivo, ou seja, com sua ajuda será possível efetuar transações internacionais de uma maneira mais rápida e barata.

A ideia é criar um dinheiro desmonopolizado e regularizado no mercado, sendo uma ferramenta muito efetiva para instaurar controles financeiros.

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