Especialistas descobrem como se forma gás que pode causar explosões no fundo do Ártico

Especialistas russos descobriram como se formam os hidratos de metano instáveis. A descoberta ajudaria a prever o futuro do fundo do mar do Ártico, além de proteger os campos de petróleo da Sibéria.
Sputnik

A equipe de especialistas russos descobriu como se formam os cristais instáveis de hidratos de metano, uma variedade gelada de gás natural que pode causar explosões no fundo do mar do Ártico. As estruturas de hidrato de metano são obtidas a partir de emulsões da água no petróleo de quatro tipos.

No fundo do oceano Ártico há grandes reservas de hidratos de metano, que são compostos de água e metano comprimidos e congelados.

Apesar de eles permanecem estáveis a baixas temperaturas e altas pressões, os cientistas estão preocupados com o aumento das temperaturas dos oceanos, o que poderia provocar explosões, libertando grandes quantidades de gás metano no oceano e na atmosfera.

A descoberta de uma forma instável de cristais de metano "congelado" aconteceu quando a equipe russa observava as mudanças nas propriedades do petróleo quando ele era testado a baixíssimas temperaturas.

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Segundo o pesquisador Andrei Stoporev, do Instituto de Química Inorgânica da Academia de Ciências da Rússia, o gás puro é muito raro de ser encontrado no mundo real, pois geralmente está acompanhado de petróleo e outros tipos de hidrocarbonetos fósseis. Desta maneira, os cientistas prepararam uma mistura especial de gás e petróleo para congelá-la rapidamente com nitrogênio líquido.

A técnica resultou na formação de um tipo completamente novo de hidrato, que demonstrou ser extremamente instável, tornando-se em uma versão estável gradualmente, segundo dados publicados pela revista Journal of Natural Gas Science and Engineering.

Para os cientistas, essa descoberta pode indicar a possibilidade de que as formas clássicas de metano se criam através de uma lenta decomposição do metano congelado instável, e não diretamente a partir de água e gás.

A descoberta poderia ajudar a prever o que pode esperar o fundo do mar do Ártico nas próximas décadas, além de proteger os campos de petróleo e oleodutos da Sibéria da criação de obstruções de hidratos de gás através da utilização de substâncias capazes de evitar a formação de hidratos instáveis.

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