Filho de Kadhafi pede realização de eleições na Líbia 'o mais breve possível'

Filho do ex-líder líbio Muammar Kadhafi derrubado em 2011, Saif al-Islam Kadhafi defende a realização de uma votação presidencial no Estado o mais rápido possível, criticando atrasos na proposta da ONU de realizar o pleito ainda em 2019.
Sputnik

"A única solução são eleições: se não, você mantém a atual situação política que não é do interesse do povo líbio", disse o assessor de Saif Islam, segundo a edição.

Líbia votará em referendo de nova Constituição
Embora uma cúpula recente sobre políticas internas da Líbia, sediada na Itália no outono passado, tenha como meta realizar eleições no primeiro semestre de 2019, o embaixador da ONU na Líbia, Ghassan Salame comentou mais tarde que a eleição presidencial pode não acontecer tão cedo. É necessário realizar primeiro as eleições parlamentares e, depois, um referendo sobre a Constituição, que deve preceder a tão esperada votação presidencial.

No final do ano passado, Saif al-Islam Kadhafi enviou uma carta ao presidente russo, Vladimir Putin, através do vice-ministro das Relações Exteriores russo, Mikhail Bogdanov, na qual expôs planos para a resolução do impasse e reconciliação nacional da Líbia. Membro da equipe política de Saif al-Islam Kadhafi, Muhammad Qailushia disse à Sputnik à época que Saif não tinha decidido se concorreria ao pleito. 

Bogdanov, por sua vez, anunciou a disposição da Rússia em mediar o diálogo entre as forças políticas que desejam participar das eleições na Líbia. Também à Sputnik, o vice-ministro disse acreditar que ninguém deveria ser privado do direito a concorrer a presidência Líbia e que Saif deveria fazer parte do processo político nacional.

Rússia não tomará lado no conflito da Líbia, diz governo
A Líbia permanece em estado de caos desde a derrubada e morte de Muammar Kadhafi em uma revolta política apoiada pela OTAN em 2011. Grande produtor de petróleo, o país foi dividido em duas partes controladas por diferentes governos: a parte oriental é governada pelo parlamento local eleito, apoiado pelo Exército Nacional da Líbia e liderado pelo marechal Khalifa Haftar. A parte ocidental é controlada pela ONU e um governo de acordo nacional apoiado pela UE e liderado pelo primeiro-ministro baseado em Trípoli, Fayez Sarraj. 

Apesar do plano inicial das partes em realizar eleições parlamentares e presidenciais no país em uma tentativa de unificá-lo, a votação nunca aconteceu, aumentando ainda mais o caos no país.

A insegurança também permitiu que os jihadistas que fugiam da Síria e de outros conflitos se estabelecessem na Líbia. Há relatos de terroristas do Daesh (grupo terrorista autodenominado Estado Islâmico) invadindo vilas, fazendo de meninas suas escravas sexuais e vendendo servos em um mercado local.

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