"É óbvio que o colapso desse Tratado terá as consequências mais negativas para a estabilidade estratégica global", declarou Lavrov em uma coletiva de imprensa com seu homólogo alemão, Heiko Maas.
De acordo com o chanceler russo, após a saída dos EUA do Tratado INF "toda a arquitetura de controle de armas está em risco, incluindo o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START) e as perspectivas de desarmamento nuclear, bem como a estabilidade do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares", explicou o ministro russo.
"A Rússia ainda está disposta a continuar um diálogo profissional com os fatos em mãos para salvar este Tratado crucial, que garante de forma significativa a estabilidade estratégica", revelou ele.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, por sua vez, declarou que Berlim fará todo o possível para garantir que o Tratado INF continue em vigor.
"Estamos muito interessados em preservar esse Tratado, isso afeta consideravelmente nossos interesses no campo da segurança, nosso governo federal faz todo o possível para que o pacto tenha um futuro", afirmou Maas.
Além disso, o ministro alemão opinou que é necessário ampliar o Tratado, incluindo nele outros países, por exemplo, a China.
"Não apenas a Rússia e os EUA como parceiros do Tratado, mas também outros Estados que trabalham nesse campo, não apenas a China, devem ser envolvidos em uma nova forma de controle internacional de armas e em uma nova arquitetura nesse campo", declarou Maas.
O Tratado INF, assinado por Washington e Moscou em 1987, não tem data de expiração e proíbe as partes de terem mísseis balísticos terrestres ou mísseis de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.
Nos últimos anos, Moscou e Washington têm se acusado regularmente de violar o Tratado INF. A Rússia declarou repetidas vezes que cumpre rigorosamente todas as obrigações dos termos do acordo. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que a Rússia tem sérios questionamentos em relação à implementação do Tratado pelos próprios norte-americanos. Segundo ele, as acusações dos EUA são infundadas, uma vez que o míssil 9M729 foi testado no alcance permitido pelo acordo.